sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

O que está verdadeiramente por detrás da co-adoção

O jornal Publico (de 29/01/2014), para além do artigo do Pedro Afonso sobre as praxes e do artigo da Isilda Pegado sobre os filhos de pai incógnito publica hoje um artigo de opinião muito mais interessante por aquilo que revela e destapa.

A Autora é Ana Luísa Amaral, conhecida activista pela causa LGBT e pretende ser um artigo de opinião de defesa da co-adopção.

Está lá tudo e só não vê quem ...não quiser:

E o que nos revela a Drª Ana Luísa Amaral?
"O que a proposta de referendo faz é negar a quem ama de forma diferente da maioria uma habitação com direito a ter direitos".

Aliás a autora, num assombro de honestidade intelectual faz mesmo o paralelismo com o referendo do aborto afirmando.

"ambos os referendos têm a ver com o corpo e com o controle daquilo que nos é mais intrínseco e privado que é a sexualidade e a livre expressão dos afectos" .

É isto. Esqueçam o direito da criança. O acenado superior interesse da criança.

O que está em causa é na questão da co-adopção o direito de uma minoria amarem de forma diferente e também (como no referendo do aborto) o nosso corpo e o controlo da nossa sexualidade.


Pedro Pestana Bastos

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Aparências enganam: Pai dá à luz...


Um transexual de aparência masculina deu à luz uma menina na Argentina. A estranheza provocada pela notícia é compreensível. De barba e camisa rosa na foto desta página, Alexis Taborda exibe a gravidez. Quem acaricia a barriga, como nas imagens tradicionais de álbum de família, é a mulher dele, Karen Bruselario. A gestação não é resultado de intervenção artificial. É natureza pura.

Alexis e Karen são considerados transexuais, mas conservaram os aparelhos reprodutores com os quais nasceram. Isso permitiu que Alexis gerasse a filha em seu útero. A menina Génesis Evangelina nasceu com mais de quatro quilos, segundo reportagem da agência EFE. 

Alexis é mãe e pai. Karen é pai e mãe.

No Twitter, um brasileiro expressou surpresa. “Realmente, vou viver bastante e não vou ver tudo”. Felizmente, eu diria. Novos arranjos familiares surgiram nas últimas décadas, mas ainda há muito para ver, transformar e respeitar. A estranheza é compreensível. O desrespeito é inaceitável.

Além de curiosidade, o nascimento de Génesis suscita reflexão. É uma história que embaralha e aproxima os papéis de pai e mãe. Se a fronteira entre eles tornou-se tênue mesmo entre casais biologicamente e socialmente heterossexuais, nessa família argentina a divisão será inexistente – e, provavelmente, irrelevante.

Afinal, quem é o pai e quem é a mãe?

Poderíamos afirmar que o pai é Karen (dele saiu o espermatozóide) e a mãe é Alexis (dela veio o óvulo). Suspeito que essa também seria uma definição capenga. Somos muito mais complexos que nossas células germinativas e nossa genitália.

De todas as variantes da sexualidade humana, talvez nenhuma seja tão incompreendida quanto a transexualidade. Faz pouco tempo que a ciência médica começou a se interessar pelo tema.

Transexuais nascem com cromossomos, genitais e hormônios de um sexo, mas têm a convicção de pertencer ao gênero oposto. Segundo a ciência, durante a gestação ocorre uma divergência entre a programação sexual do cérebro e os genitais.

Há alguns anos, o pesquisador Eric Vilain, da Universidade da Califórnia, reafirmou a tese de que o sexo do embrião é determinado pelo cérebro – muito antes do desenvolvimento de testículos ou ovários.

Num estudo com camundongos, verificou-se que alguns genes tramam a formação do cérebro feminino ou masculino antes que o corpo comece a ser banhado por hormônios de um sexo ou do outro.

Um erro nessa troca de mensagens provoca o resultado perturbador relatado por muitos transexuais: cabeça de mulher aprisionada em corpo de homem, ou vice-versa.

Em 1995, o Instituto do Cérebro da Holanda, fez uma importante descoberta. Depois de dissecar o encéfalo de seis transexuais nascidas com genitália masculina, os pesquisadores descobriram uma peculiaridade na região do cérebro que regula o comportamento de gênero. A área era menor que a dos homens e idêntica à das mulheres. 

O estado de incongruência entre cérebro e corpo costuma ser fonte de sofrimento crônico. Daí a necessidade de tratamentos para adequar um ao outro. Com a administração de hormônios, é possível desenvolver características do novo sexo e mascarar as do sexo original. Por exemplo, barba e pelos nos transexuais mulher-para-homem e mamas desenvolvidas nas transexuais homem-para-mulher.

A cirurgia para transformação do sexo masculino em feminino e vice-versa é um importante recurso de readequação, mas nem sempre os transexuais têm acesso a ela ou estão dispostos a se submeter ao procedimento.

Em novembro, Alexis e Karen se casaram no civil na cidade de Victoria, na província de Entre Ríos. O padre católico Raúl Benedetti abençoou o ventre de Alexis. Todo o dia 15 de cada mês, há uma cerimônia de benção às grávidas. “Uma vez eu os convidei e eles vieram”, disse o padre Benedetti à agência Efe.        

Na ocasião, o padre explicou que não poderia casar a dupla pela Igreja. "Há uma contradição entre o documento e a pessoa. Se eles se quisessem casar com o nome de batismo e aceitar que o papai é o homem e a mamãe é a mulher, não haveria problema."

Benedetti afirmou não ver problema na gravidez. Decidiu benzer o casal porque "é uma coisa normal e comum como tantos outros" casos.

Sou otimista. Acredito que demonstrações de respeito como essa podem inspirar as pessoas a repensar preconceitos de toda ordem – ainda tão presentes na sociedade brasileira.

Se um bebê pode nascer do útero de alguém que tem aparência e documentos masculinos e se até um padre abençoa essa gestação, nada mais atrasado e deplorável que odiar o negro, desprezar o índio e rotular como dondocas as mulheres brancas, de cabelo liso.

Está cada vez mais difícil classificar pessoas pela aparência. Ainda bem.

Época 

http://www.paraiba.com.br/2013/12/20/00476-aparencia-enganam-pai-engravida-e-casal-transexual-da-a-luz-menina

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

A co-adoção e a ciência

Os argumentos em redor da co-adopção que temos visto serem dirimidos na praça pública são de duas naturezas distintas: ou assentes em estudos ditos científicos, ou de carácter ideológico-político. No que diz respeito a estes últimos, há pouco a dizer dado o hábito que os políticos Portugueses têm em apelidar de ilegal ou inconstitucional tudo o que lhes desagrada.
É contudo nos argumentos ditos científicos que julgo ser interessante reflectir. Em primeiro lugar, qualificar a psicologia de ciência e assumir as suas conclusões como verdades últimas é, no mínimo, arriscar muito. Os estudos que dão corpo ao saber psicológico são limitados por premissas de carácter metodológico, o que significa que não têm potencial de previsão nem são, bastas vezes, replicáveis de per si já que o contexto social e humano que os informa não é replicável. Significa isto que tais estudos não podem prever se existem consequências ou não para a criança, uma vez que a realidade social dos países onde foram realizados é bem diferente da Portuguesa. E por isso mesmo o recurso a este tipo de argumento, com ambos os lados do debate a apelidarem de ciência algo que não é ciência, é falacioso e intelectualmente desonesto.
Contudo, tal confusão parece singrar com grande facilidade e afecta outras áreas. Veja-se o exemplo da economia, de onde emergem teorias, modelos, previsões, e até soluções. Se a economia fosse uma ciência com as capacidades anunciadas por muitos não precisaríamos nem de políticos, nem da democracia. Mas estes saberes, sociais e humanos, não são uma ciência e por isso não esgotam a política. A decisão política ao tornar-se refém de ciências que não o são, como a economia e a psicologia, compromete a democracia e tende não raras vezes a afrontar a sociedade.
O debate em torno deste tipo de questões deveria estar por isso mais centrado na eventual adequação ao contexto social e cultural, e não em opiniões fundamentadas nos mais diversos estudos. Curiosamente, este tipo de saber disfarçado de ciência tende sempre a produzir um estudo que contradiz os outros, progredindo assim até ao infinito do ridículo. Vemos isto também na economia, a qual não resiste à tentação de transposição de tudo o que o estudo do momento, ou que for mais conveniente, afirmar.
Estamos por isso reféns dos estudos que cada um quer citar e do despotismo da lei. Infelizmente estamos habituados a que, em Portugal, a lei siga a vontade somente de alguns. Se há dúvidas em relação a psicólogos e economistas, que dizer hoje em dia dos legisladores os quais se tornaram instrumentos de exercício de populismo e de defesa de interesses sectários. Ao menos um psicólogo e um economista ainda tentam disfarçar citando sempre uns números que ninguém entende… Assim se chegou ao disparate de, pela segunda vez, e sempre com imensos estudos à baila, referendarmos crianças… o que é inútil, pois se  o referendo não tiver o resultado que alguns querem, haverá nova lei a qual irá sistematicamente a votos até ser aprovada. Foi assim no caso do aborto, e será assim aqui. E é isto, em resumo, que me preocupa: a vertigem totalitária que se vive em Portugal.
José Bento da Silva
(Professor universitário de gestão (a qual também não é uma ciência) na Warwick Business School)
 

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Entrevista Pró-Vida á Canção Nova


Para quem não viu a entrevista que dei na passada sexta feira, aqui fica :



Co-adopção por José Ribeiro e Castro

Houve quem falasse inapropriadamente de "totalitarismo" a respeito das críticas à "co-adopção" homossexual. Mas, já que se falou nisso, convém ter presente que a convicção de que todo o poder está na ponta da caneta do legislador é, essa sim, em si mesma, uma convicção de matriz totalitária.
A ideia de que o Estado pode criar a realidade através do poder da lei é um delírio perigoso, que nos coloca no cimo da rampa de todas as derivas totalitárias. O Direito é fonte de justiça quando limitado pela Humanidade ou subordinado ao Direito Natural, mas fonte de abusos e violências quando se arvora ilimitada omnipotência. As maiores violências começaram sempre, aliás, na própria lei e seu abuso: a pena de morte, a prisão perpétua, a escravatura, tortura, perseguição, expulsões arbitrárias.
As leis de Direito Privado são leis matricialmente narrativas: não conformam a natureza, conformam-se a ela. Não foi sequer um legislador qualquer que inventou os contratos, quanto mais o resto. Os contratos existem, são como são; a lei regula-os. Num Estado de Direito, as leis privadas não criam a realidade, aderem a ela. Regulam, ordenam, mas não criam, nem inventam, muito menos contra a realidade. Se o fizessem, atropelariam a realidade; e seriam de deriva totalitária.
Se todos nascemos de pai e de mãe, é violência extrema privar alguém do direito a ter pai ou do direito a ter mãe. A dupla referência masculina e feminina que é parte da nossa natureza integra a nossa própria identidade pessoal. É o que somos, é o nosso ser.
Por isso mesmo, a generalidade das declarações de direitos humanos e das Constituições modernas (como a portuguesa) inclui o direito à identidade pessoal no elenco dos direitos fundamentais da pessoa humana - sem isso, não somos. E esse direito à identidade é componente principal da dignidade da pessoa humana.
É desse direito fundamental à identidade pessoal que decorre, por exemplo, o dever de o Estado apoiar e promover a investigação da paternidade ou maternidade nos filhos do incógnito. E é desse direito à identidade pessoal que decorre também a noção de adopção do nosso Código Civil (art.º 1598.º) como "o vínculo que [se estabelece legalmente entre duas pessoas] à semelhança da filiação natural, mas independentemente dos laços do sangue."
O projecto da co-adopção homossexual é uma fraude intelectual e uma manipulação jurídica. É uma esperteza: não-saloia, mas sofisticada. Nem tanto sequer pelo que já foi dito - ser a gazua que abre a porta à adopção homossexual em geral - mas pelo resto.
A adopção tem um lado generoso, que é atribuir pai e/ou mãe; mas outro violento, que é tirar pai e/ou mãe. É isso que faz da adopção um instituto tão difícil e tão delicado; e da sua decisão um processo sério, melindroso e complexo.
Quando atribuímos juridicamente uma criança a um pai e/ou uma mãe, estamos a retirá-la definitivamente, de forma irrevogável, a outro pai e/ou outra mãe naturais - a estes e, simultaneamente, a retirá-los também da sua família respectiva, de pertença natural: irmãos, primos, tios, avós que fossem. A geração natural é apagada e substituída, para todos os efeitos, pela filiação jurídica. A genealogia dessa criança é reescrita por inteiro. Para sempre.
Só é possível diminuir levianamente a seriedade e delicadeza real ou potencial dos problemas a considerar, se imaginarmos as crianças de que se trate como res nullius, coisa de nada e de ninguém. Mas nenhuma criança, mesmo a mais só e abandonada, é assim tão nullius: tem uma história e uma realidade. Que lhe pertence e a que pertence.
Adoptar a co-adopção é consagrar que, pela potente força imperial da lei, uma criança pode passar a ser "filha" de pai e pai, sem mãe; ou "filha" de mãe e mãe, sem pai - e, ipso facto, negar-lhe em definitivo o direito a ter uma mãe ou o direito a ter um pai, proibindo-o para todo o sempre.
Não se trata de saber quem cuida de quem, mas de alterar radicalmente a genealogia de uma pessoa, truncando para sempre a sua identidade pessoal. Escusa de buscar, mais tarde, mãe ou família materna, se a não conhecia; ou de procurar pai ou família paterna, que não soubera - essas relações ter-lhe-iam sido apagadas e proibidas para todo o sempre pelo "Direito". Essa criança teria passado a ter, sem apelo, nem agravo, duas mães e duas famílias maternas e nenhuma paterna, ou dois pais e duas famílias paternas e nenhuma materna.
Mesmo o projecto de co-adopção do PS reconhece - e bem - que aquilo que designa de "parentalidade" é dual, isto é, que somos filhos de dois. Está certo.
Mas quem é que disse que são dois? Quem foi esse ominoso criador que determinou que sejam dois, e não quatro, ou cinco, ou n? Garanto que não fui eu. E, não tendo sido eu, essa dualidade parental também não resultou da autoridade da caneta da Dr.ª Isabel Moreira, ou da pena entusiástica do Dr. Pedro Delgado Alves ou do arrobo igualitário da escrita da Dr.ª Elza Pais. Isso resulta de modo inteiramente prosaico da natureza, da biologia, vá lá... do Criador.
A realidade é, de facto, a da dualidade parental; não uma parentalidade qualquer ou indiferente, mas uma dualidade de maternidade e paternidade. Somos filhos de dois, mas não de quaisquer dois - somos filhos de dois, porque somos filhos de mãe e de pai. Será isto homofobia? Não. É a biologia, a natureza. A natureza, não das coisas, mas a natureza das pessoas.
Deputado do CDS-PP
José Ribeiro e Castro
In Público

Textos da 1ª quinzena de Janeiro de 2014


 

 

Dia 31 de Dezembro de 2014- Terça Feira

 

O Natal não é sentimental mas dramático: é o início de um novo ordenamento de todas as coisas.

Não é uma festa de bons sentimentos, mas o juízo sobre o mundo, a conversão da história.

Quando Jesus nasce o movimento da história bloqueia-se por um instante e depois começa a fluir no sentido oposto: o omnipotente faz-se frágil, o eterno faz-se mortal, o infinito está no fragmento para que o frágil se torne forte.

A sorte do mundo decide-se no interior de uma família: um pai, uma mãe, um filho, o nó da vida, o eixo do futuro, num dia a dia de contrariedades, decepções, canseiros, mas também alegrias e felicidade.

O que é decisivo – hoje como então – acontece dentro das relações, coração a coração, na coragem quotidiana de uma, de muitas, de infinitas criaturas enamoradas e generosas que sabem tomar consigo a vida de outros.

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Dia 1 de Janeiro de 2014- Quarta Feira

 

A angústia do envelhecimento não é apenas a antevisão da morte, mas o receio da perda de dignidade, da perda de autonomia, da lentidão incapacitadora, da desvalorização de uma imagem construída ao longo da vida e baseada, entre outros aspetos, na admiração e no respeito dos outros.

Apesar de tudo isto, sabemos que muitos envelhecem e conseguem ser felizes porque acreditam em si próprios, porque vivem um dia de cada vez, porque não param a aguardar o tão temido fim, porque não se dedicam às novas limitações, mas aceitam-nas, agradecendo e rentabilizando as competências que mantêm.

Não podemos interromper o curso imparável dos dias e dos anos, mas podemos apostar em cada momento como se fosse o mais importante da nossa vida, com reconhecimento pelo que somos e não com a angústia do que desejávamos ser ou daquilo que já fomos. Deste modo, estaremos a construir razões para ser felizes até ao último dia da existência, que não temos a capacidade de adivinhar quando será.

Enquanto estamos vivos a nossa tarefa é viver e lutar pela qualidade com que o fazemos.

 

 

 

 

 

 

Dia 2 de Janeiro de 2014- Quinta Feira

 

Num estudo recente divulgado pela BBC refere-se que muitos jovens de 25 anos manifestam comportamentos neurológicos próprios de adolescentes com 18 anos.

Esta situação explica um pouco o facto de muitos jovens continuarem a viver em casa dos pais numa espécie de “dependência passiva” em vez de procurarem a sua própria independência.

Para outros especialistas o motivo desta adolescência tardia está associado a uma maior imaturidade e falta de autonomia motivada por um excesso de protecção por parte dos seus pais.

Hoje encontramos adolescentes que dominam o último software ou o último modelo de smartphones mas, ao mesmo tempo, mostram-se incapazes de fazer a sua própria cama.

Uma das soluções pode passar pelo incentivo ou pela participação nos afazares domésticos, relacionados com o pagamento da renda ou prestação da casa, lavagem de loiça e roupa, de forma a os tornar mais pró-activos.

Fazê-los ver que a vida não é, nem pode ser sempre um mar de rosas onde tudo lhes é dado e arregassado..

 

 

Dia 3 de Janeiro de 2014- Sexta Feira

  

Para quem esteja ou passe por Lisboa com os seus filhos recomenda-se vivamente a peça de teatro D.Quixote, do Teatro Infantil de Lisboa, na Pontinha, em cena até Junho de 2014.

Em época de crise, esta é uma adaptação muito original, com músicas muito giras e motivadoras que apelam à necessidade do recurso à imaginação, ao sonho e à poesia como forma de sair do status quo de uma realidade nem sempre animadora.

Mas exalta também o valor da amizade e da esperança.

As canções estão bem concebidas, com especial destaque para as da "Dulcineia" e a do "Sonho" cujas letras e melodias são muito oportunas.

Os cenários móveis que se vão alternando ao longo da peça estão muito bem pensados e a cena final, inesperada, é comovedora.

Parabéns aos atores, ao cenógrafo e a todos quantos trabalham nesta peça. Numa altura em que todos criticam todos, esta adaptação transmite a miúdos e graúdos uma mensagem muito positiva e cheia de esperança. Afinal, por vezes, não faz nada mal e até é muito saudável lutar contra moinhos de vento.

 

Dia 6 de Janeiro de 2014- Segunda Feira

 

Por vezes o entendimento entre pais e filhos adolescentes não é fácil.

O problema é antigo, embora se possa talvez colocar agora com mais frequência ou de forma mais aguda, pela rápida evolução que carateriza a sociedade atual.

As diversões noturnas preocupam cada vez mais os pais.

Os filhos, ao chegar à adolescência, reclamam com veemência quotas de liberdade que por vezes não são capazes de gerir com equilíbrio. Isto não significa que se tenha de os privar da autonomia que lhes corresponde; é preciso ensinar-lhes antes a administrar a sua liberdade de forma responsável.

Por isso precisamente, educar os filhos em liberdade significa que os pais, em certas ocasiões, hão-de estabelecer limites aos filhos e impedir com firmeza que eles próprios, de forma responsável,  os ultrapassem.

 

 

Dia 7 de Janeiro de 2014- Terça Feira

 

No relacionamento com os filhos adolescentes, os pais devem evitar o confronto, ou a criação de situações incómodas em frente ao resto da família. Evitarão assim abandonar-se à retórica do “sermão” – que é pouco eficaz – ou a uma espécie de interrogatório – habitualmente desagradável.

Quando se cultivou a confiança com os filhos desde a infância, o diálogo com eles acaba por ser  natural.

Por isso, dedicar tempo aos filhos desde pequenos facilita, na adolescência, manter conversas de certa profundidade.

Por outro lado, é muito aconselhável não dar aos filhos muitos meios económicos, ensinando-lhes o valor do dinheiro e a que o ganhem por si próprios.

Hoje em dia, é relativamente fácil que os jovens trabalhem, pelo menos em parte das férias. Convém animá-los a que o façam, mas não só para ganhar dinheiro para as suas diversões, mas também para poderem contribuir para as necessidades da família ou par poderem sentir-se mais responsáveis

 

 

 

Dia 8 de Janeiro de 2014- Quarta Feira

 

O primeiro conselho para saber lidar com a birra infantil é não desesperar.

Gritar e perder o controle só reforça esse tipo de atitude da criança e assim ela desconfia que você acabará por ceder, especialmente se estiverem em público.

Os pais ao serem firmes e ao não cederem  cada vez que o filho fica desapontado ajudam a que ele saiba lidar com a frustração e, mais tarde, não tenha problemas de relacionamento com outras pessoas.

Para que cresçam adultos equilibrados, as crianças precisam ser impedidas de impor sua vontade sob pena de mais tarde se tornarem pessoas infelizes, irritadiças, agressivas e depressivas porque que o mundo nunca dá a mesma resposta que receberam dos pais.

Se a criança tem pais coerentes com o que dizem e fazem, tornam-se filhos disciplinados e acostumados a lidar com as frustrações.

 

 

 

Dia 9 de Janeiro de 2014- Quinta Feira

 

Um casal precisa ter objetivos vitais comuns.

A vida conjugal é uma canoa com dois remos.

Um casal precisa dividir momentos juntos, porque a voragem cotidiana pode criar uma certa distância, de maneira que aquilo que deveria ser tão perto, fica tão longe.

O zelo comum pela educação e formação dos filhos é um dos melhores termômetros do grau de amor conjugal.

Um casal deve fomentar o respeito mútuo, porque não há amor sem respeito; deve saber administrar o tempo livre;  deve repartir as tarefas domésticas de forma equitativa e zelar por uma boa comunicação, porque, além de saber escutar e falar, é preciso um esforço por entender e, muitas vezes, ceder.

Viver o espírito dessas pequenas coisas – o cuidado recíproco, esse estar pendente do outro ao longo dia – não é fácil, sobretudo numa sociedade que, cada vez mais, quer que vivamos para trabalhar e não trabalhar para vivermos.

 

 

Dia  10 de Janeiro de 2014- Sexta Feira

 

Era uma vez……uma semente que cresceu e depois se tornou uma flôr.

Era uma vez……um homem que acordou muito cedo e foi trabalhar

Era uma vez…….um grupo de amigos que, à noite, levava café quente a um mendigo

Era uma vez……um doente terminal que se despediu dos seus e partiu a sorrir

Era uma vez…….o céu que faz desenhos bonitos com as nuvens

Era uma vez…….uma menina que abraçou um senhor que lhe levou roupa e comida

Era uma vez……..um pai que levou uma flor à mulher que acabou de ser mãe

Era uma vez…….um recém-nascido que apertou com as suas mãos o mindinho da mãe

Era uma vez…….um pai que ensinou o filho a apertar os sapatos

Era uma vez…….alguém que agradeceu, de manhã, ao sol por ter nascido

Era uma vez…….2 que se casaram e morreram abraçados

Era uma vez…….um rapaz que tirava fotografias às coisas bonitas

Era uma vez…….uma cara cheia de rugas, cabelos brancos e histórias para contar

Era uma vez, um país, um mundo onde tudo aquilo que é normal, habitual, natural, bom não é contado, nem é noticiado e, no entanto, tudo isto acontece perto de nós, na nossa vila ou ao nosso redor só que ninguém conta “Era uma vez” porque muito simplesmente não há tempo para nada e um dia o tempo foi-se, vai-se e não volta mais.

Era uma vez…….. o que estava à minha frente

 

 

Dia 13 de Janeiro de 2014- Segunda Feira

 

Com diz, José Luis Nunes Martins, para viver bem uma hora da vida, há que mergulhar nela sem a comparar com outra qualquer... boa ou má, entreguemo-nos à luta. Ainda que seja uma das piores horas, ainda que a vitória pareça impossível...

Importa viver na certeza que navegamos tempestades, por vezes subimos de forma magnífica, chegamos a voar, para depois, quase sempre, cair vertiginosamente... alguns aprendem a vencer estes mares, conquistando-os com a coragem de quem vive para além das dores... outros, lutam apenas para se manterem à superfície como se isso fosse uma grande vitória... outros ainda, desistem muito antes de terem molhado os pés...

Difícil, mas decisivo para a felicidade, é encontrar em cada momento o lugar certo para onde dar o próximo passo... sem cuidar de entender...

As cruzes de hoje revelarão o seu sentido amanhã.

Um dia, compreenderemos tudo.



 
Dia 14 de Janeiro 2014- Terça Feira
 
      No LifeSiteNews vem um artigo extraordinário com imagens impressionantes de um bebé de 14 semanas de gestação morto. O artigo relata a história e experiência de um casal que teve um desgosto enorme quando soube que o filho que esperavam estava morto com apenas 14 semanas de gestação.
   As fotos não deixam margem para dúvida sobre a humanidade deste bebé. O aborto é um flagelo da nossa sociedade. Para além de se matar bebés inocentes, cria-se um sofrimento horrível na mãe. Sofrimento físico e psicológico que dificilmente se apaga. E se esse sofrimento não existe então já é muito mau sinal.
  A vida tem de ser defendida! Numa sociedade tao desenvolvida, como não há quem negue uma vida em gestação?
 
 
Dia 15 de Janeiro de 2014- Quarta Feira
 
   O ano de 2014 marca o 20º aniversário do Ano Internacional da Família das Nações Unidas. Irão ser discutidas medidas para a família. Esperemos que se lhe dê finalmente a devida importância.
  Como se pode pretender um desenvolvimento sustentado se a base da sociedade é continuamente atacada por todos os lados e se as políticas económicas e legislativas não a defendem?
  Já se pode de facto considerar uma vitória o haver lugar a uma sessão plenária sobre a família. Esperemos que realmente daí surja algo concreto e benéfico, que defenda as verdadeiras famílias, as famílias numerosas e ajudem a acabar com este inverno demográfico.
 
 
Dia 16 de Janeiro de 2013- Quinta Feira
 
    O novo filme do Hobbit continua a ser sucesso no cinema. Efeitos especiais a que já nos habituámos, luta entre o bem e o mal, a força de vontade para se sobrepor ao desejo de poder..
  Vale a pena ver. Filme em 3D como também já não podia deixar de ser. Um filme que retrata o mal que o mundo das trevas pode fazer e provocar. Um filme que pode ser transportado para a realidade e sobre o qual podemos fazer a analogia com a nossa vida real que não é mais do que uma luta entre o bem e o mal, entre escolhas boas e escolhas menos boas.
  Na vida vivemos uma luta constante entre o que apetece fazer e o que devemos fazer. A resiliência entre escolher o dever do momento e o adiar para mais tarde algo que de momento não nos apetece. Filme que nos ensina e encoraja a sermos fortes e prosseguirmos com os nossos objetivos sempre, sem desistir
 
 
 
 
 
Dia 17 de Janeiro de 2014- Sexta Feira
 
  Os ativistas abortistas sofreram recentemente uma derrota na União Europeia com a recusa de consagrar o aborto com um direito humano. O chamado “Projeto Estrela” foi chumbado.
  Felizmente notícias boas ainda acontecem. Pena que não sejam divulgadas a alta voz. O que vende, o que faz notícias são misérias , mortes, ou algo contra a religião. Mas felizmente que muitos continuam a remar contra a maré e lutam por fazer deste mundo , um mundo com valores e não deixam que as suas vozes sejam abafadas.
 Fala-se de tolerância, mas a questão agora levantada pelos abortistas e pelos lobbys gay é que não há que ser tolerante com quem é intolerante e querem assim chamar delito a todo comentário contra o casamento gay, como por exemplo o simples dizer que é melhor para uma criança ser educada por um pai e uma mãe.
 Oxalá estas teorias não se tornem práticas e sejam também chumbadas.
 
 
  
Dia 20 de Janeiro de 2014- Segunda Feira
 
    O Papa disse no seu tuit que “nenhum idoso deve estar “exilado” da nossa família. Os idosos são um tesouro para a sociedade”. Que palavras tão bonitas e tão verdadeiras.
     Até há poucos anos era normal o convívio e mesmo a vivência diária entre 3 gerações. Avós, pais e filhos.
     Hoje em dia infelizmente nem sempre isso acontece.
     Claro que cada caso é um caso e há situações em que por muito que se queira não se consegue esta vivência, mas a mesma deve ser defendida e fomentada. Há tanto a aprender com quem já tem mais experiência da vida, outra forma de estar, outra serenidade, outra forma de ver cada situação.
 
 
Dia 21 de Janeiro de 2014- Terça Feira
 
  Kathleen Berchelmann escreveu um artigo muito interessante publicado na Aleteia sobre 10 maneiras de amar o seu filho sem palavras.
  Uma delas é simplesmente olhar nos olhos. Muitas vezes falamos com os nossos filhos ou mesmo com os que estão a nosso lado, marido, amigos, colegas de trabalho, mas não nos olhamos nos olhos.
  Quantas vezes não estamos por exemplo agarrados ao telemóvel, à panela que está ao lume enquanto falamos com alguém.
 O simples facto de olhar nos olhos a pessoa que está a falar, muito mais se for nosso filho.. que sensação de importância, de atenção, de consideração para quem está a falar.
  Abraçe e toque nos seus filhos, dê-lhe a mão enquanto passeiam, abrace-o ao chegar a casa. Mais duas dicas importantes. Pormenores que podem passar ao lado no nosso dia a dia sempre apressado, mas pormenores que fazem toda a diferença e que para uma criança acabam por não ser pormenores mas gestos de muita grandeza.
 
 
 
 
Dia 22 de Janeiro de 2013- Quarta Feira
 
   Nos Estados Unidos fecham-se clínicas abortistas e retrocede-se na pena de morte. Parece que a crise de valores está a mudar. Falta Portugal seguir o exemplo. O respeito ao direito pela vida vai ganhando terreno nalguns países.
  Precisamos de notícias boas e otimistas numa altura em que só se fala de crise.
  Não podemos cruzar os braços. Há coisas boas a acontecer neste mundo fora.
  Igual na nossa vida. Vêm adversidades, acontecimentos inesperados e que nos trocam as voltas, mas é nas dificuldades e adversidades que crescemos. Crescemos em paciência, em autodomínio, em fortaleza.
  Há que saber tirar partido de tudo o que nos acontece e ver a vida com otimismo e esperança tentando tirar de cada situação o melhor partido sempre.
  A vida é boa e bonita, tem dificuldades, mas tudo se ultrapassa com sentido positivo e otimista.
 
 
Dia 23 de Janeiro de 2014- Quinta Feira
 
  As crianças não deixam de nos surpreender. Muitas vezes fazem perguntas inesperadas e anseiam por uma resposta que satisfaça a sua curiosidade.
   É muito importante que haja um clima de confiança e intimidade em casa para que de facto as crianças e/ou adolescentes se sintam à vontade para colocar qualquer tipo de pergunta a seus pais.
 Afinal ninguém é melhor conselheiro, nem melhor professor do que os próprios pais. Se em casa os filhos não encontram respostas para as suas curiosidades, vão procurar respostas lá fora junto de quem não devem e acabam por ser educados pelos colegas e amigos.
 Seja amigo do seu filho. Ponha-se à sua altura e dê todas as respostas necessárias. Que ele veja em si, um pai/mãe, amigo, confidente e bom conselheiro.
 
  
 
Dia 24 de Janeiro de 2014- Sexta Feira
 
   Mais um fim de semana à porta. Aproveite para recuperar. Dormir. Durma e deixe os seus filhos dormir. Dois conselhos dados num artigo da Aleteia.
   Não eleve a voz com os seus filhos. Não grite. Não é por gritar que as suas palavras ou ordens ganham mais força. Bem pelo contrário, só causam mais tensão, nervosismo e ansiedade.
   Comportamento gera comportamento. Se se mantiver calmo ou calma os seus filhos e quem está à sua volta está camo também. Controle a ira, a raiva, a impaciência. Virtudes que é preciso praticar, treinar e voltar a treinar. Nem sempre é fácil mas é tao útil. Respire fundo antes de dar uma resposta torta. Conte até dez ou use outro truque para não tornar desagradável o momento de quem está a seu lado, muito menos dos filhos.
 As crianças precisam de estabilidade, carinho, compreensão, palavras meigas e doces.
 Claro que tem de haver autoridade, mas autoridade não é autoritarismo.
 
 
Dia 27 de Janeiro de 2013- Segunda Feira
 
    A idade da adolescência pode ser bem complicada. As saídas à noite por exemplo acontecem cada vez mais cedo e por vezes pode causar conflitos familiares.
   Antes as saídas noturnas ocorriam a partir dos 18, hoje muitas vezes encontramos rapazes e raparigas com os seus 14 anos em bares.
   Deixar sair ou não? É importante manter o bom senso e o diálogo aberto. Não vale a pena proibir tudo pois bem sabemos que o fruto proibido é o mais apetecido e não a vale a pena imaginar medos e perigos pois muitas vezes são apenas fruto do zelo excessivo.
   Claro que também não se pode permitir tudo. Há que explicar os prós e os contras, dizer abertamente o que pode acontecer, explicar o perigo do álcool e do tabaco bem como das drogas. Sobretudo dizer tudo com carinho e amizade. E mostrar confiança. Mostrar que confiamos nos nossos filhos é fundamental. Uma dica para tranquilizar os pais pode ser conhecer os amigos dos nossos filhos. Conhecer com quem vão sair.Se or o caso de o irem buscar a casa, convidar os amigos a entrar, falar com eles. Saber onde vão, quando voltam. Estabelecer limites. E depois.. deixá-los voar pois é esse o caminho.
 
 


segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Consumismo



Um amigo americano, herdeiro de uma fortuna, resolveu este ano começar uma nova vida.
Fez uma lista de tudo o que era supérfluo, começando pelos vários carros, casas, relógios e outros objectos. Contava-me a rir que cada vez que punha um objecto na lista voltava a analisá-la para ver se realmente lhe fazia falta ou não, tal era o impulso consumista.
Dizia que mais de 50% das coisas que possuía não eram necessárias e quando decidiu fazer o inventário ficou surpreendido, especialmente com a quantidade de roupa, aparelhos electrónicos, sapatos, canetas e perfumes que nem sequer sabia que tinha.
Esta decisão fez-me pensar, pois, embora não seja um consumista e tenha muita consciência do que compro, confesso que me deparei com alguns aparelhos electrónicos, roupas e outras coisas que não só não sabia que tinha como não conheço explicação para os ter comprado.
Pensava eu que era anticonsumismo até ser confrontado com este facto.
Dizia-me o meu amigo que ter peso a mais é de facto uma forma de consumismo, no sentido de que se consome mais do que se necessita.
Assim, acredito que a maior parte da população sofre de uma forma ou de outra de consumismo.
É de facto uma perturbação psicológica, uma doença de que quase todos sofremos sem nos apercebermos disso e sem o aceitarmos.
É potenciada ou induzida pelo marketing agressivo e inteligente.
Uma das poucas coisas boas que as crises trazem é ajudar a tratar estas perturbações, pois sem dinheiro não há doença!
Aqui está uma boa decisão para 2014.
Ver se o que temos é realmente necessário, especialmente se tivermos peso a mais.

Presidente da Malo Clinic Health
& Wellness

Fonte: Jornal "i"

domingo, 26 de janeiro de 2014

Vazio


A ação do lobby gay no direito português

 
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Miguel Sousa Tavares sobre co-adoção

O fim de um casamento

 
 
«Acabou!»
Com essa breve observação, muitas pessoas descrevem o final de seu casamento. Por trás desse verbo há crises, sofrimentos, desabafos e, não poucas vezes, discussões infindas.
 Em que lugar foram enterrados os sorrisos do dia do casamento e as promessas de fidelidade «até que a morte nos separe»?
Em que fase da vida se desvaneceu a certeza de que «ninguém será mais feliz do que nós dois»?
Como entender a amargura que tomou conta de um relacionamento que parecia tão feliz?...
Nenhum casamento termina “de repente”. Especialistas matrimoniais constatam que, normalmente, o caminho da desintegração tem quatro etapas, profundamente interligadas – isto é, cada etapa prepara e praticamente condiciona a seguinte.
Na primeira, começam a surgir comentários negativos, um a respeito do outro. Mais do que queixar-se do esposo ou da esposa (a queixa refere-se a um comportamento específico), multiplicam-se críticas que são sempre abertas, indeterminadas, gerais: «És um chato!»; «estás cada vez mais insuportável!». Há aqueles (ou aquelas) que sofrem calados: não aceitam o comportamento do companheiro, mas não verbalizam isso. O problema é que vão acumulando raiva no seu coração. Quando resolvem falar, não medem as palavras. As agressões – verbais ou de facto – parecem ser de inimigos mortais. Agora, o importante é humilhar o outro, para ficar claro que não há mesmo possibilidade alguma de reconciliação.
Para não se chegar a esse ponto, é preciso cultivar o diálogo. Mais do que escutar o outro, é importante ter a capacidade de se colocar no lugar dele, para ver o problema “do outro lado”. Um casal confidenciou-me que, quando se casaram, tomaram uma decisão que marcou as suas vidas: prometeram um ao outro que jamais dormiriam sem, antes, solucionar os problemas que pudessem ter surgido entre eles durante o dia. “Solucionar”, no caso, significava cultivar o perdão como atitude habitual. O perdão será menos difícil se cada um, em vez de atacar o outro de forma generalizada, chamar a atenção para erros concretos e para comportamentos que precisam de ser corrigidos.
Na segunda etapa, cresce o desprezo pelo outro. Desprezar é uma forma de ignorar, de insultar, de ferir. O desprezo é  sempre acompanhado da implicância, dos insultos, da ridicularização. O objetivo a alcançar é a destruição do outro. O importante é sair vencedor.
Só se supera essa fase quando ao menos um dos dois aceita não ver o outro como um inimigo, e passa a acreditar que não precisa provar que é o mais forte.
 
Na terceira etapa, quem foi vítima de desprezo começa a defender-se. Impõe-se a ideia de que a melhor defesa é o ataque. Ninguém mais escuta ninguém. Acabou-se a comunicação.
Consegue-se cortar essa situação somente com a disposição de escutar o outro, de prestar atenção a ele, demonstrando que é importante.
Na quarta etapa, domina o mutismo. Um dos dois passa a ficar em silêncio, talvez até com o desejo de não piorar a situação. Mas, nessa fase, não é por aí que se soluciona o problema. É preciso, sim, deixar claro que se está a escutar o outro. Ninguém consegue ficar indiferente diante de uma pessoa que lhe dá atenção. Escutar e prestar atenção com um coração pronto a acolher é uma maneira de criar pontes – pontes de diálogo e de perdão, pontes de comunhão.
Na terceira etapa, quem foi vítima de desprezo começa a defender-se. Impõe-se a ideia de que a melhor defesa é o ataque. Ninguém mais escuta ninguém. Acabou-se a comunicação.
Consegue-se cortar essa situação somente com a disposição de escutar o outro, de prestar atenção a ele, demonstrando que é importante.
Na quarta etapa, domina o mutismo. Um dos dois passa a ficar em silêncio, talvez até com o desejo de não piorar a situação. Mas, nessa fase, não é por aí que se soluciona o problema. É preciso, sim, deixar claro que se está a escutar o outro. Ninguém consegue ficar indiferente diante de uma pessoa que lhe dá atenção. Escutar e prestar atenção com um coração pronto a acolher é uma maneira de criar pontes – pontes de diálogo e de perdão, pontes de comunhão.
 
Murilo Krieger