terça-feira, 13 de setembro de 2011

O casamento- caminho de felicidade na entrega










Apesar de ser tão forte o nexo dos filhos com os seus pais sob o ponto de vista biológico – físico até, no que diz respeito à mãe –, de facto não é esta a união mais poderosa que existe na sociedade humana. Há outra que, partindo de seres diferentes pelo sexo e sangue, cria uma fusão natural tão forte que a sua desintegração é tão impressionante como o desmembramento de um corpo vivo (Cfr. P. Adnès, El matrimonio, Herder, Barcelona (1972, 2ª ed.), p. 28). A entrega conjugal une e funde os esposos de tal modo que chegam a ser «uma só carne».
(...)

A doação mútua, portanto, colocada na base da «una caro» dos esposos, deve inspirar a recíproca relação em toda a vida conjugal, e deve penetrar e configurar toda a vida familiar. Por exemplo, as relações entre pais e filhos têm as suas raízes na doação ao cônjuge. A paternidade e a maternidade não só não lesam a mútua entrega dos cônjuges como a enriquecem, constituindo a sua optimização mais coerente.

(...)

A tendência para excluir os filhos do horizonte e da doação de si mesmos, ou o limitá-los de maneira injustificada e imprópria, manifesta a imaturidade da dita entrega e a intensidade do egoísmo que a paralisa

(...)

O amor conjugal anima e vivifica a vida familiar. (...) Por isso o amor conjugal faz que as relações entre os pais e os filhos estejam animadas pelo espírito de entrega mútua dos esposos, o qual se estende e difunde a todos os membros da família. A solidez ou fragilidade de tal entrega, manifestada consciente ou inconscientemente na vida quotidiana, indica o grau de consistência de uma família como grupo social.(...)

A doação recíproca dos esposos nasceu com um acto de amor, mas tal doação não se reduz a esse acto de amor constitutivo. Mais ainda, a entrega conjugal reclama ser sustentada e vivificada continuamente pelo amor como seiva vital.
(...)
A estrutura do matrimónio e da família tem necessidade do amor como do seu espírito e da sua vida; um espírito que pode sempre ressurgir, superando possíveis crises conjugais, ainda que tivesse adormecido ou aparentemente se tivesse perdido.
(...)

«Mas não esqueçam que o segredo da felicidade conjugal está no quotidiano, não em sonhos. Está em encontrar a alegria íntima que dá a chegada ao lar; está no convívio carinhoso com os filhos; no trabalho de todos os dias, em que colabora toda a família; no bom humor perante as dificuldades, que é preciso encarar com desportivismo» Cfr. Josemaria Escrivá, Temas Actuais do Cristianismo. n. 91.

D. Francisco Gil Hellín

Sem comentários: