quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O aborto gratuito é ofensivo



I. "O aborto não pode ter isenção como tem a gravidez (...)". José Manuel Silva, bastonário da ordem dos médicos (Expresso de sábado).

II. O Estado não deve considerar que o aborto é crime até x semanas, sim senhora, mas também não deve instituir o aborto gratuito no seu serviço de saúde. O aborto não é um direito, meus caros. Se uma pessoa quer fazer um aborto, tem bom remédio: pagar do seu bolso. A irresponsabilidade não pode ser recompensada. A irresponsabilidade não pode ser subsidiada. A irresponsabilidade não pode ser transformada num direito. E, acima de tudo, a irresponsabilidade não pode ser colocada no mesmo patamar da responsabilidade que é assumir uma gravidez e ter um filho. Em qualquer cenário financeiro, este aborto gratuito seria sempre uma política imoral. Ora, no nosso contexto de crise, esta política sobe vários níveis de imoralidade. É uma daquelas coisas realmente ofensivas. Os cortes da saúde chegaram e as taxas moderadoras têm de subir, mas o aborto é gratuito. Faz todo o sentido, sim senhora. As maternidades debatem-se com problemas sérios para suportar a sua atividade principal (recorde-se: trazer crianças a este mundo), mas o aborto é gratuito. Faz sentido, sim senhora. Num contexto de crise demográfica, o tratamento de fertilidade deixou de ser uma prioridade, mas o aborto é gratuito. Faz sentido, sim senhora. Mas sabem o que é ainda pior? Num país onde o aborto é completamente gratuito (até acho que a mulher recebe um subsídio de - pasme-se - maternidade), é quase impossível encontrar um especialista em saúde materna nos centros de saúde. Portanto, no Portugal progressista de 2011, uma mulher que dá à luz é menos protegida do que uma mulher que escolhe abortar. Meus caros, tudo isto é uma imoralidade tremenda, para usar um eufemismo publicável.



Henrique Raposo (http://www.expresso.pt/)

Segunda feira, 5 de setembro de 2011

3 comentários:

Rosalino disse...

Um texto onde revejo muitas das perguntas que faço constantemente desde a legalização do aborto.Partilhei no meu blogue por me sentir revisto nestas palavras.

Rosalino

MRC disse...

Mais uma vez, um abraço !

Leonor disse...

Estou completamente de acordo com tudo o que li, NUNCA fui a favor da liberalização do aborto. Concordo também que a maternidade é para trazer crianças ao mundo e não tirar vidas, sim pq o aborto é não deixar que uma vida venha em frente. Os tratamentos para mulheres que sofrem de infertilidade estão a ser cortados, e os abortos são gratuitos. NÃO ESTOU DE ACORDO.

Leonor