sábado, 2 de abril de 2011

Fecundidade e aborto


Ao contrário do que aconteceu na maior parte dos países da União Europeia (UE), a fecundidade diminuiu em Portugal, entre 2003 e 2009.

Portugal está mesmo entre os três países da UE com as menores taxas de fecundidade (1,32), valor semelhante ao da Hungria e só ultrapassado pela Letónia (1,31), nesse ano. Esta tendência que ameaça a renovação de gerações é destacada no relatório sobre demografia elaborado pelo Eurostat, o gabinete europeu de estatística, em conjunto com a Direcção-Geral do Emprego, Assuntos Sociais e Inclusão da Comissão Europeia e que hoje foi divulgado. Fonte: Público

O presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia e Obstetrícia (SPGO), Luís Graça, defendeu hoje uma penalização para as mulheres que abusam do direito de interromper a gravidez no Serviço Nacional de Saúde (SNS). De acordo com este documento, mais de 250 mulheres que interromperam a gravidez em 2010 tinham feito três ou mais abortos anteriormente e, destas, quatro já tinham abortado mais de dez vezes. “Aquilo que me preocupa mais são aquelas mulheres que, ao abrigo da lei, fizeram um aborto em meados de 2009, no início de 2010 vêm fazer outra interrupção e no final de 2010 vêm fazer outra”, afirmou hoje Luís Graça em declarações à agência Lusa. Para o presidente da SPGO, que se afirma “militante dos direitos das mulheres”, “isto já é um abuso do direito”. “Como o povo diz, na primeira qualquer um cai, na segunda só cai quem quer. E quem vem à segunda e vem à terceira é uma mulher que é de facto negligente para si própria e até para o Serviço Nacional de Saúde, que está a gastar dinheiro e recursos para, ao fim e ao cabo, resolver a pura negligência dessas mulheres”, afirmou. A situação é, para Luís Graça, “preocupante”. O médico defende que “devia haver uma taxa moderadora a ser paga pelas pessoas”. “Teria de haver alguma penalização e a penalização neste caso só pode ser económica, não pode ser mais nada”, defendeu. “Não se justifica que haja tantas gravidezes indesejadas que tenham que ser interrompidas. É importante que as pessoas compreendam que mais vale prevenir do que remediar e para isso é preciso que haja uma política mais pró-activa em termos de informação”, afirmou. Luís Graça referiu ainda que “a contracepção é mais inócua para a saúde das mulheres, ou pelo menos da maioria, do que a interrupção de uma gravidez, mesmo que seja feita de forma medicamentosa” Fonte: Público

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