quinta-feira, 31 de março de 2011

Participe na conferência "ECONOMIA, Demografia e Sustentabilidade. Riscos e desafios de hoje" no dia 6 de Abril, na Fundação Calouste Gulbenkian


A APFN – Associação Portuguesa de Famílias Numerosas e o OJE Conferências vêm desafiá-lo a participar na conferência "ECONOMIA, Demografia e Sustentabilidade - Riscos e desafios de hoje" que vai realizar-se no dia 6 de Abril na Fundação Calouste Gulbenkian, às 09.00h, na Avenida de Berna 45-A, em Lisboa.

Há 28 anos que Portugal não efectua renovação das gerações, possuindo neste momento um défice de um milhão e 200 mil crianças e jovens. O impacto na nossa economia é grande, tornando urgente a adopção de medidas abrangentes.

Esta situação confronta hoje o País com uma nova realidade com consequências já visíveis ao nível do envelhecimento e desertificação, da sustentabilidade da segurança social, do consumo agregado da população, do mercado de emprego, no imobiliário, no desemprego de professores, encerramento de escolas e maternidades e na emergência de profundos desequilbrios sociais, com consequências imprevisveis se nada for feito para combater esta tendência.

Numa altura em que Portugal repensa o seu modelo económico e social, importa conhecer a amplitude deste problema e encontrar respostas e caminhos, para o solucionar.

Participe e venha debater este flagelo social e perceber o que pode ser feito para inverter esta tendência desde já.


Para acesso ao programa Aqui

Inscreva-se Aqui

Para algum esclarecimento adicional, contacte-nos pelo telefone 21 755 26 03 pelo fax 21 755 26 03 ou ainda através do e-mail secretaria@apfn.com.pt.

Com os nossos melhores cumprimentos.

A mulher tem alternativas ao aborto e o caminho é desenvolvê-las!



Se todos acreditamos que o aborto é um mal, ainda que por vezes alguém possa considerá-lo um mal menor, porquê defende-lo, promovê-lo, torná-lo legal na nossa sociedade???

Eu imagino porquê; é que é muito mais difícil prestar um apoio construtivo e que viabilize o prosseguimento duma gravidez com contornos delicados e, por vezes, dramáticos.

Por ter trabalhado, alguns anos, como Psicóloga, com mães que se confrontam com a hipótese de vir a abortar o filho que entretanto se desenvolve no seu seio, tenho uma percepção muito concreta, muito real e muito premente do que é que se pode fazer por elas, ou melhor, do que é que, no fundo, cada uma delas espera dos outros, perante o dilema do aborto do seu bebé.

Posso dizer, da experiência que foi alguma, que, sem excepção, todas as mães que, por terem sido ajudadas, decidiram não interromper a gravidez, chegaram ao final da mesma com um estado de espírito completamente diferente daquele que tinham no início. Talvez a palavra que melhor caracterize este sentimento seja satisfação.


Estas mães, por muitos problemas pessoais, sociais ou económicos que tivessem, acolheram os seus filhos com grande satisfação. Por os terem tido, mas, acima de tudo, o sentimento lactente era o de, afinal, não ter sido necessário interromper o desenvolvimento da vida de cada um deles!

É esta a principal mensagem que gostaria de passar:


É possível, quando confrontados com uma mãe que quer abortar, fazermos um caminho com ela.


Um caminho que exige disponibilidade, entrega, confiança, eficácia na condução e resolução dos problemas e, acima de tudo, uma grande capacidade de gerir as prioridades, ou seja, garantir o bem-estar da mãe e do filho.


Maria Sérvulo Correia Brito de Goes Psicóloga

quarta-feira, 30 de março de 2011

Formas pró-activas de fomentar e consolidar o ambiente familiar


No trato com a família, aqui ficam alguns pequenos/grandes desafios para, de forma activa, garantir o reforço e consolidação do ambiente em casa.

Um desafio diário para todos nós: - Actuar com prudência, escolhendo bem as palavras, o que há que evitar dizer de negativo (ironias, queixumes, críticas e murmurações, evitar respostas a pequenas provocações e desculpar, sem replicar, comentários mais ou menos desagradáveis de quem vive connosco e se encontra momentaneamente cansado ou exausto ) e o que há que dizer e enaltecer de positivo.


- Ser compreensivo e afectuoso: fazer a vida agradável aos que nos rodeiam, renunciando se caso disso à minhas preferências ou desejos pessoais.


-Saber escutar, com respeito pelo outro, de forma atenta e autêntica, se necessário, parando o que estamos a fazer.


- Evitar dar lições de moral com carácter puritana e efeitos claramente contraproducentes. Melhor é dar exemplo e ser subtil na forma como se tenta passar as mensagens. - Cumprimentar à entrada e saída de casa.


- Estar atento às pequenas coisas da casa, tais como tarefas a cumprir, arranjos e arrumações a fazer, etc...


- Arranjar tempo para estar com as pessoas da família, de preferência, uma a uma, a sós.


- Nas refeições, agradecer e elogiar o cozinhado. Ser agradecido.


- Mostrar-se realmente interessado sobre o que se passou no dia de quem vive connosco e partilhar as preocupações, acompanhar nos problemas de saúde e incentivar no trabalho.


- Ter habitual e periodicamente um pormenor de atenção para quem vive connosco, por exemplo, através da compra de uma pequena prenda ou comida que seja do seu agrado.

Malária versus Aborto

Nos EUA, dá-se mais dinheiro para apoiar associações de planeamento familiar que promovem o aborto do que para o combate à malária. Mais uma vez, a cultura da promoção da morte em detrimento da cultura da promoção da vida. Ora vejam este vídeo:

terça-feira, 29 de março de 2011

O flagelo da droga

Retomo, amigo leitor, com tristeza e preocupação, o tema de recente artigo publicado neste espaço opinativo: o flagelo das drogas.

(...)

"Estamos salvando nossas crianças, mas deixando-as morrer na juventude”, diz o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, depois de classificar a expansão do consumo de crack como “epidemia nacional”e de reclamar da escassez de recursos para conter a disseminação do vício entre os jovens. A verdade precisa ser dita. Não se pode sucumbir à síndrome da avestruz quando o que está em jogo é a vida das pessoas.

O hediondo mercado das drogas está, de fato, dizimando a juventude. Ele avança e vai ceifando vidas nos barracos da periferia abandonada e no auê dos bares e boates frequentados pela juventude bem-nascida. Movimenta muito dinheiro. Seu poder corruptor anula, na prática, estratégias meramente repressivas. A prevenção e a recuperação, únicas armas eficazes a médio e longo prazos, reclamam um apoio mais efetivo do governo e da iniciativa privada às instituições sérias e aos grupos de autoajuda que lutam pela reabilitação de dependentes.

Não se faz jornalismo, nem mesmo matéria de opinião, fechado entre as quatro paredes de uma redação ou circunscrito ao rarefeito ambiente de um laboratório acadêmico. É preciso ver, ouvir, apurar, sentir, refletir e, só então, escrever. Nada supera o realismo da velha e boa reportagem.

Com esse espírito, movido pelo dever de obter informação verdadeira, mergulhei numa pauta assustadora: a dependência química. Cabeça baixa, olhos cravados no chão, coração encharcado de dor. “Será que Deus ainda olha para mim?” Paira no ar um tristeza densa, que se pode cortar. A falência da autoestima e o sentimento de culpa, à semelhança de uma laje de chumbo, esmagam a alma. A cena, dura e forte, retrata day after de um adicto de cocaína.

O drama, tragicamente rotineiro no frio anonimato da cidade sem alma, não é um recurso ficcional. É real. Tem nome e sobrenome, obviamente preservados por razões éticas elementares. Recuperou-se na Comunidade Terapêutica Horto de Deus, em Taquaritinga, no interior de São Paulo (www.hortodedeus.org.br). Seus olhos recobraram a luz da esperança. Retomou os estudos, concluiu a faculdade de publicidade e propaganda e está batalhando. Com cabeça erguida e dignidade resgatada. Sua história, parecida com a de milhares de jovens, deve ser registrada. E a mão que o salvou, o Horto de Deus, merece uma matéria. Com gravíssimas dificuldades financeiras e sem qualquer apoio dos governos, embora não faltem falsas promessas de ajuda de políticos oportunistas e de prefeitos de turno, a entidade tem sido responsável pela recuperação de inúmeros dependentes químicos.

Os governos não se dão conta de que o trabalho dessas instituições repercute diretamente na qualidade da segurança pública e no custo da saúde. Elas rompem o círculo vicioso das drogas e criam o círculo virtuoso da recuperação e da ressocialização. Reuni-me com internos do Horto de Deus. A conversa, franca e direta, foi ao cerne do problema, desfez inúmeros equívocos e me transmitiu a sinceridade afiada daqueles que conheceram o fundo do poço. Ao contrário, por exemplo, dos que defendem e a descriminalização das drogas e proclamam o caráter supostamente inofensivo da maconha, todos afirmaram que o primeiro baseado foi o passaporte para as drogas mais pesadas. TKM, de 21 anos, fumou seu primeiro cigarro de maconha com 12 anos. Com 16 anos já tinha mergulhado na cocaína. Chegou à comunidade terapêutica dominado pela dependência do crack. Recupera-se bem, resgatou valores e recuperou a esperança. “Agora, eu sonho com o futuro.

Antes, vivia só para as drogas.” Seus olhos têm brilho. Um belo exemplo do que pode fazer um bom trabalho de recuperação. Debates no Congresso Nacional sugerem que as comunidades terapêuticas, bem como as demais instituições idôneas que trabalham na recuperação de adictos, possam, num futuro próximo, receber recursos provenientes do Fundo Nacional Antidrogas e do Sistema Único de Saúde (SUS). Seria uma providência inteligente. É sempre melhor apoiar o que já funciona e bem do que cair na tentação de criar novas estruturas.

(...)

Impõe-se um decidido apoio às entidades idôneas que batalham pela recuperação dos dependentes. Afinal, um adicto recuperado é o melhor aliado na luta contra as drogas.


Carlos Alberto Di Franco, diretor do Master em Jornalismo (www.masteremjornalismo.org.br), professor de Ética e doutor em Comunicação pela Universidade de Navarra, é diretor da Di Franco – Consultoria em Estratégia de Mídia ( www.consultoradifranco.com ). E-mail: difranco@iics.org.br

Publicado no Portal da Família em 26/03/2011

segunda-feira, 28 de março de 2011

Educar as crianças para a humildade

No ano passado, um pesquisador em educação, Ives de La Taille, apresentou na obra Crise de Valores ou Valores em Crise, uma pesquisa realizada recentemente com 448 alunos do ensino médio (com idades entre 15 e 18 anos), sendo 211 da escola pública e 237 de colégios particulares, na qual indagava a esses jovens quais seriam as virtudes mais importantes na seguinte lista de dez: justiça, gratidão, fidelidade, generosidade, tolerância, honra, coragem, polidez, prudência e humildade. Sem querer aprofundar nas conclusões da pesquisa, chamou-me a atenção que a mais valorizada tivesse sido a humildade.

O próprio La Taille se surpreendeu com o fato de que essa virtude fosse apontada tanto pelos meninos quanto pelas meninas, fossem eles da escola privada ou da pública. Uma das explicações que o autor dá para o resultado é que “vivemos uma cultura que pode ser chamada de cultura da vaidade”. Esclarecendo esse conceito, o educador afirma que muitos jovens hoje “vivem apenas motivados para dar um constante espetáculo de si, destacarem-se por sinais que conferem prestígio, associarem a si próprios marcas que testemunham ser um vencedor (roupas, carros, celulares), falarem de si em blogs, nos celulares, computadores...”. Glosando o autor, diria ainda que os jovens andam atrás de “espelhos” que são as pupilas das pessoas que estão à sua volta, e às quais perguntam: “Gostou da figura que fiz?”, “Pareceu-lhes interessante o meu ponto de vista?”, “Que acharam da minha prova, do meu trabalho, da minha publicação, da minha roupa provocativa...?”.

Portanto, voltando-nos para o resultado da pesquisa, concluímos que a maioria dos jovens pesquisados parecem estar fartos deste modelo juvenil e de tanta mentira. Intuem que a sedução narcisista que reina hoje na nossa cultura parece ser a causa de muitas mazelas sociais. No fundo, essas respostas podem estar representando alguns gritos silenciosos aos educadores que dizem mais ou menos assim: “Por favor, ajudem-nos antes a ser do que a ter!”. “Não aguentamos mais ver gente representando o que não é!”. “Ensinem-nos a descobrir a Verdade!”. “Quero de verdade ser feliz e não fingir que sou feliz!”. Há muito tempo que esta disjuntiva Ser ou Ter está presente nas discussões filosóficas.

O que chama a atenção é perceber que estas reinvidicações pelo ser estejam nascendo mais cedo, naqueles que sempre exigiram liberdade, prazer, dinheiro, consumo, diversão, ter...

Afinal, o que está acontecendo? Sou da opinião de que estes movimentos podem já estar refletindo, em parte, as consequências negativas da pedagogia moderna das últimas décadas. Segundo estas teorias, chamadas construtivistas, a criança deveria se desenvolver por si mesma, sem imposições de ninguém.

Os responsáveis pela educação deveriam apenas dar um suporte para o seu autodesenvolvimento, sem, no entanto, se envolver no processo. Estas teorias psicodinâmicas, muitas delas inspiradas no pensamento freudiano, acreditavam que a criança tinha um “eu” completo em si mesmo e que bastaria deixar o tempo passar para ela se desenvolver adequadamente. Fica fácil perceber o que produziu esta mentira ao longo das últimas décadas. Na medida em que os pais foram adotando a chamada educação antiautoritária, que é a renúncia para educar os filhos, tanto os pais quanto os filhos foram desenvolvendo níveis crescentes de soberba de geração em geração.

Efetivamente, quem convive com pais e crianças em escolas particulares e públicas tem percebido ano a ano atitudes de arrogância e de autosuficiência que não existiam antigamente. Mas por que isto tem crescido?

Quem trabalha com educação e conhece a chamada “caixa preta” da criança (fazendo um paralelismo com os aviões) sabe que qualquer criança é extremamente egocêntrica nos primeiros anos da existência.

Todo o bom processo educacional consiste em mostrar-lhe que além de existirem outras pessoas no mundo ela própria existe para os outros. Sua realização e felicidade dependerão da adequação de seus desejos e projetos para os outros.

Que, sozinha, ela nunca saberá nada, poderá nada, conseguirá nada nem será nada.

Que só conseguirá ser ela mesma a partir do outro.

Que o eu deve se converter em si mesmo apenas mediante um tu e um vós. Por isso, desde que nasce terá que saber descobrir a linguagem do prazer, dos limites, do amor, do sofrimento.

Esta é a verdade da educação.

Por outro lado, se deixamos a criança crescer sem a exigência da boa autoridade, dificilmente ela descobrirá como deve funcionar um ser humano e aos poucos seu orgulho irá enganando-a acreditando que sabe tudo, pode tudo, conseguirá tudo e que ela é tudo, principalmente se obtiver dinheiro e poder.

Esta é a grande mentira da educação. Motivando-a somente a produzir riqueza, acaba-se gerando uma das maiores e mais profundas pobrezas humanas que é a solidão. Vistas bem as coisas, as outras pobrezas, incluindo a material, nascem sempre do isolamento, de não ser amado ou da dificuldade de amar, fruto do orgulho de muitas pessoas.

Terminemos concluindo que uma das tarefas primordiais da educação é desmascarar os perigos da soberba. Da ilusão do orgulho. Da escravidão de um eu que se fecha em si mesmo, como numa bolha. E que o caminho da felicidade está na humildade, que, longe de ser uma postura depreciativa, é apenas a conscientização da Verdade da condição humana, que exige abrir-se para os demais e para o transcendente, pois experimenta que só nas relações interpessoais poderá salvar-se de tantas depressões e tristezas de um eu doentio.


João Malheiro é doutor em Educação pela UFRJ e diretor do Centro Cultural e Universitário de Botafogo - www.ccub.org.br. É autor do livro "A Alma da Escola do Século XXI", palestrante sobre o tema da educação e mantém o blog Escola de Sagres (escoladesagres.org).

E mail:malheiro.com@gmail.com


Fraldas de 13 a 18 kilos (nº5) e compressas de não tecido

A fim de apoiarmos uma mãe que se encontra em graves dificuldades económicas e grávida, solicitamos: - Fraldas de 13 a 18 kilos, nº5, podem ser do Continente. - Compressas de não tecido. Podem manifestar a vossa disponibilidade para qualquer um dos seguintes e-mails: mrc71@mail.telepac.pt ou algarve.vida@gmail.com

domingo, 27 de março de 2011

O adulto infantilizado


A Juíza Beatriz Borges, com quem já tenho participado em várias sessões no Tribunal de Família de Faro, e é, diga-se, uma excelente juíza nesta área complexa do Direito da Família, participou na semana passada numa conferência sobre esta temática na qual, entre outras, aludiu à problemática do adulto infantilizado em que “a imaturidade dos pais apresenta repercussões na capacidade de contenção dos filhos, quer ao nível do consumo de bens supérfluos, quer no cumprimento de regras básicas de saúde, educação e convivência que se espelha em aspetos tão básicos como a falta de pontualidade e assiduidade na escola”.


Assistimos a uma regressão do estado adulto em que os pais se comportam como adolescentes ao invés de se apresentarem como um modelo para as crianças e em que desculpabilizam os comportamentos desadequados dos filhos imputando a terceiros (incluindo a escola) a falta de educação dos seus descendentes”, criticou.

A oradora lamentou que as decisões parentais percam “autonomia” face à “pressão do consumismo”, lembrou que “a autoridade parental não pode ser transmitida pela escola ou pelo juiz” e defendeu que o “instrumento para combater este consumismo é a família com maturidade”.

sábado, 26 de março de 2011

Educar para os valores

Educar para os valores

LED ON VALUES - Formação em Educação Sexual

A Saúde e a Sexualidade em Meio Escolar


Um livro que ajuda a compreender por que é que as pessoas continuam a manter comportamentos altamente prejudiciais para a saúde, apesar de tantas campanhas sobre a alimentação sudável, o consumo moderado do álcool, os malefícios dos tabaco e outras drogas, o incentivo à prática do exercício físico, etc.

Um livro indispensável para os pais, educadores... e para todas as pessoas que pretendam efectivamente adoptar estilos de vida saudáveis e sensibilizar os outros, sobretudo os jovens, a adquirir esses mesmos comportamentos. Só assim é possível conseguir uma boa qualidade de vida. Uma vida mais saudável e mais feliz.

INCLUI UM PROGRAMA DE PROMOÇÃO E EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE E PARA A SEXUALIDADE

Autor: José Avelino Faria

Ver mais aqui.

Estudantes universitários pela Vida

Os imprevistos da vida

Porreiro! Nada como não ser capaz de ver para onde se vai! Mas não é assim a maior parte da vida? Ano após ano ela leva-nos para moradas onde nunca estivemos, sem mapa nem manual de instruções.

Dizemos para nós próprios: Mas eu nunca fui um adolescente antes! Nunca me casei ou divorciei antes, nunca fui um padre ou papa antes! Nunca fui velho, reformado ou fiquei sozinho! Nunca tive um ataque cardíaco antes! E assim por diante. Tudo isto é novo, tudo isto é verdade. E de alguma maneira sabemos que nunca poderemos voltar aonde estivemos antes.

Em cada etapa da vida, uma porta que nos é familiar fecha-se e outra abre-se; e diante dela um novo cenário cujos contornos dificilmente conseguimos enxergar, com novas tarefas que apenas podemos entrever. Seremos felizes para lá dos umbrais dessa porta? Seremos bem sucedidos e conseguiremos cumprir as nossas tarefas? Estaremos preparados quando a próxima porta se abrir? Talvez.

Ou será que passaremos os nossos dias sonhando regressar aos quartos que deixámos, quartos cujas portas estão fechadas para sempre? Talvez – e que desperdício se assim for.

Dennis Clark

Textos da Rádio Costa D'Oiro 2ª quinzena de Março



Dia 15/03
O programa “Protege o teu coração”, da responsabilidade da associação “Família e Sociedade” de Lisboa, destinado a pais, professores e alunos esteve este sábado em Albufeira a apresentar a sua filosofia e conteúdo.
De acordo com a sua coordenadora nacional, Dra Sofia Mendonça, especialista em Ciências da Educação, para este programa, a sexualidade está assente em 5 dimensões física, social, racional, emotiva e transcendente que não podem ser dissociadas entre si. O programa é composto por 25 módulos onde se abordam temas como a auto-estima, assertividade, amizade e namoro, influência da pornografia, consciência da fertilidade, entre outros.
Nele, propõem-se estratégias pedagógicas com os jovens, através da apresentação de exemplos concretos, vídeos, cartoons, teatro , jogos lúdicos (por ex. jogo da corda), que lhes permita reconhecer as pressões de que são alvo e quais os modos mais práticos de lidar com elas.

Dia 16/03
Para a responsável do programa de educação sexual “Protege o teu coração, da associação “Família e sociedade” os jovens devem reservar o exercício da sua sexualidade no âmbito de um projecto de vida e não devem desperdiçar a sua capacidade de amar com aquilo a que intitulou de “sucedâneos”, isto é, meras experiências com efeitos colaterais nefastos para o equilíbrio da sua personalidade, ainda em formação, referindo mesmo estudos que associam o início precoce da vida sexual ao insucesso escolar.
Por isso, criticou algumas sessões com jovens desenvolvidas inclusive em escolas públicas onde se defende a inocuidade do início da vida sexual precoce desde que se usem os métodos contracetivos não só porque a pilula e o preservativo não garantem uma proteção a 100% sobretudo quando usado por jovens inexperientes e, por outro, porque estes métodos contracetivos não protegem a dimensão emocional e racional da sexualidade.


Dia 17/03 –
De acordo com a experiência da Dra Sofia Mendonça, coordenadora do programa de educação sexual “Protege o teu coração”, em ínumeras sessões com jovens de várias escolas, resulta evidente que muitos deles que iniciam de forma precoce a sua vida sexual não têm qualquer noção da responsabilidade nem das consequências da relação sexual, em termos de doenças sexualmente transmissíveis e de gravidez indesejada. Além disso, o inicio da vida sexual, para um número significativo de adolescentes representa o agravamento de um estado de instabilidade e insegurança emocional -já por natureza próprio da adolescência, no âmbito de namoros pouco consolidados, se não mesmo de aventuras meramente esporádicas.
É fundamental que os pais e os professores ajudem os adolescentes a perceber que são alvo de pressões, sobretudo de outros colegas, da publicidade, dos meios de comunicação social e agora também da internet e a ajudá-los a resistir a essas pressões no âmbito de um projecto de vida com perspectivas a curto, médio e longo prazo.

Dia 18/03
O Clã nº 3 - S. Jorge do agrupamento 159 do Corpo Nacional de Escutas de Portimão, realizou nos passados dias 26,27 e 28 de Fevereiro uma actividade de serviço no RIAS (Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens).
O RIAS situa-se em Olhão em pleno Parque Natural da Ria Formosa e está actualmente a cargo da Associação Aldeia, dedicando-se à recuperação de Animais Selvagens, na sua maioria aves, que dão entrada pelas mais diversas razões como colisão com estruturas, colisão com veículos, ferimento de tiro etc.
O Clã nº 3 participou nesse fim de semana com 8 Caminheiros e 1 Dirigente que nestes dias, com o apoio de uma bióloga do centro, se dedicaram a recuperar e limpar algumas das enormes gaiolas de pássaros que se destinam a fazer a transição entre o internato e a sua libertação de volta à Natureza.
A actividade terminou com a libertação de um cágado que o Clã baptizou de "Tobias" e todos os participantes sentiram-se mais enriquecidos com esta experiência de voluntariado a favor da natureza.

Dia 21/03 –
Na sua tomada de posse, o Senhor Presidente da República afirmou o seguinte:
"No momento que atravessamos, em que à crise económica e social se associa uma profunda crise de valores, há que salientar o papel absolutamente nuclear da família. A família é um espaço essencial de realização da pessoa humana e, em tempos difíceis, constitui o último refúgio e amparo com que muitos cidadãos podem contar. A família é o elemento agregador fundamental da sociedade portuguesa e, como tal, deve existir uma política activa de família que apoie a natalidade, que proteja as crianças e garanta o seu desenvolvimento, que combata a discriminação dos idosos, que aprofunde os elos entre gerações."
Para a Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, na linha deste discurso, é urgente que se adoptem políticas públicas que possibilitem que as famílias tenham os filhos que desejam ter, que as crianças não cresçam desacompanhadas e que os idosos não fiquem sós.

Dia 22/03
Um dos argumentos dos que são a favor do aborto reside na afirmação de que o aborto deve ser raro, legal e seguro.
Porém, se olharmos para os números da prática de aborto em Portugal, nos últimos 4 anos verifica-se que, na realidade, ele tornou-se FREQUENTE com um total de quase 60.000 abortos só por “opção da mulher”, ILEGAL dado que as as complicações graves associadas a abortos fora do quadro legal mantêm.-se INSEGURO já que também no aborto legal por opção, verificam-secomplicações graves que colocam em risco a mulher, tais como infecções , sepsis ou perfuração do útero.
Na prática, o aborto legal acabou por se tornar num novo instrumento de pressão sobre as grávidas, muitas vezes da família, do pai do bebé ou dos patrões.E muitas mulheres acabam, assim, por abortar contra a sua vontade.

Dia 23/03
O coordenador do Departamento de Educação do Estado da Carolina do Sul, nos EUA, para o Desenvolvimento das Escolas Públicas de Educação Diferenciada, esteve este há umas semanas atrás em Portugal no Seminário "Saber Educar Rapazes e Raparigas" que tinha como objectivo aprofundar junto dos pais o tema da educação diferenciada (educação baseada no género, isto é, escolas para rapazes e para raparigas).
O professor salientou a importãncia da educação diferenciada de forma a maximizar o sucesso escolar numa turma ou escola. "Este tipo de educação permite aos alunos focarem-se apenas na educação. " defendeu. Porquanto, as raparigas são mais descritivas, ligam primeiro ao tom, e só depois ao que é dito propriamente, precisam de criar laços com os professores, as colegas,. Enquanto que os rapazes, são mais imediatos, fazem primeiro e só depois ouvem, são mais objectivos
No entanto para a Dra Lúcia Alves Mendes, ex-Directora do Colégio Mira-Rio (feminino) existem muitos preconceitos contra os colégios unissexo em Portugal. Porque não a criação de um projecto-piloto com o objectivo de implementar o ensino diferenciado e verificar, na prática, se obtém melhores resultados que o ensino misto ?

Dia 24/03
Durante o tempo da escola, a atividade dos professores não se pode reger unicamente pela livre transmissão de conhecimentos nem pela liberdade de investigação própria do âmbito e do afazer universitários. Pelo contrário, os professores atuam principalmente como delegados dos pais, pondo ao seu serviço o talento profissional que possuem de forma a que actuem como cooperadores com os pais no tipo de educação que estes pretendem proporcionar aos seus filhos.
No âmbito da escola, a actividade docente do professor é, pois, uma actividade que se deveria qualificar de “paterna”. Por isso, a escola pública nunca pode actuar como um agente ideológico-administrativo dos poderes estatais. Por este motivo, é muito importante que os pais com filhos em idade escolar se organizem em associações de pais e que estas sejam activas, presentes e vigilantes em relação ao conteúdo e à qualidade do ensino e dos valores que estão a ser transmitidos aos seus filhos.

Dia 25/03 –
A mãe solteira Paris Tassin compareceu para uma audição na versão americana do programa Ídolos (“American Idol”), no Estado de Louisiana. Quando se encontrava aí, ela contou, com lágrimas, a sua decisão de continuar con uma gravidez não planificada e de alto risco.
Tassin tinh 18 anos quando soube que estava grávida. O bebé sofria de hidrocefalia, uma doença caracterizada pela acumulação de fluido dentro do crânio.
“Os médicos disseram-me que eu não devia pari-la, e que as coisas correriam bem se a tivesse,” disse Tassin. Apesar disso, ela recusou submeter-se a um aborto, e disse que a sua filha Keira é agora uma criança de quatro anos de idade e muito saudável. A única complicação médica que surgiu é a sua perca de audição, o que a obriga a usar próteses auditivas.
“Ela é a melhor coisa que me aconteceu na minha vida", disse Tassin. "Eu canto para ela.” Tassin impressionou os juízes com “A minha casa temporal” (“Temporary Home”) de Carrie Underwood- uma canção que fala àcerca dos desafios de uma mãe solteira. Ela foi seleccionada para continuar continuar no concurso, que irá decorrer em Hollywood,.

Dia 28/03
Não se conhece, ao certo, a data precisa de fundação da Santa Casa da Misericórdia de Portimão. No entanto e apesar de constar no Compromisso da Irmandade o ano de 1585, sabe-se agora que o ano de fundação da Misericórdia de Portimão é anterior a 1543, conforme referência num documento da instituição da capela de Gil Valarinho, em Vila Nova de Portimão, datado de 17 de Janeiro de 1543. A Misericórdia de Portimão foi constituída com o objectivo de satisfazer carências sociais informado pelos seus princípios da doutrina e moral cristãs. No campo social exercerá assim a sua acção através da prática das catorze obras da Misericórdia, tanto espirituais, como corporais. Actualmente, a Misericórdia de Portimão intervêm no campo social e da saúde através das suas diferentes valências, em particular na área da infância, saúde e idosos, fazendo chegar os seus serviços diariamente a cerca de 320 utentes directos. Emprega aproximadamente 130 funcionários e interage quotidianamente com uma ampla bolsa de fornecedores e serviços, contribuindo assim de forma muita significativa para o desenvolvimento da comunidade e economia do concelho portimonense.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Dia Nascente


COMUNICADO


DIA DA VIDA NASCENTE


Hoje (25 de Março) por todo o Mundo (e muito em especial na Europa), celebra-se o Dia da Vida Nascente.

Hoje por todo o Mundo, atenta-se contra milhares de vidas que estão por nascer com a conivência de Estados, Leis e Sociedades.

Hoje por todo o Mundo, Movimentos, Instituições e ONG’s lutam pelo Direito à Vida.

Hoje por todo o Mundo, apela-se ao primado dos Direitos Humanos onde o Direito a nascer e à vida são os primeiros.

Hoje por todo o Mundo, a Vida Humana e os Movimentos Pró-Vida hão-de ganhar mais um passo no caminho da dignidade do Homem e da cultura do Amor.

Hoje por todo o Mundo, a contradição gera a Esperança.

Hoje por todo o Mundo, celebramos todas as Vidas no Dia da Vida Nascente.


P’la Direcção da Federação Portuguesa pela Vida

Isilda Pegado

quarta-feira, 23 de março de 2011

Conciliação entre família e trabalho nas empresas em Espanha


Las leyes son importantes, porque fijan mínimos y definen el marco. Pero, como observan las autoras, en último término la conciliación depende de lo que haga cada empresa y también cada empleado. Su estudio, llamado IFREI (IESE Family Responsible Employer Index: cfr. Aceprensa, 2-02-2005 y 7-12-2005), dirigido por la Prof. Chinchilla, está basado en una encuesta a unas cinco mil empresas prolongada durante diez años (1999-2008). Así se ha podido estimar la extensión de medidas de conciliación, hacer una tipología de ellas e identificar las más efectivas.

Primero, el libro presenta el contexto general, europeo y español. Señala que al principio las políticas de conciliación estaban pensadas solo para mujeres, pero hoy se presta cada vez más atención al caso masculino.

Sin embargo, el recurso a tales medidas sigue siendo de hecho predominantemente femenino, con gran diferencia. Además de la protección específica a la maternidad, las soluciones para facilitar la atención de la familia –hijos, ascendientes mayores, parientes enfermos– y el hogar son mucho menos usadas por los hombres. Opciones como la reducción de jornada o la excedencia mientras los hijos son pequeños son tomadas casi siempre por mujeres, y aunque en gran medida, indican las autoras, responden a preferencias personales de las mismas interesadas, se traducen para ellas en menos posibilidades de ascenso, salario inferior, menores pensiones.

Flexibilidad en el tiempo y en el espacio


La elasticidad en la hora de entrar y salir es la práctica más difundida: la tienen el 94% de las empresas encuestadas (al principio del estudio, 1999, la proporción era del 62%). También es frecuente (más del 80%) la posibilidad de acogerse a jornada reducida, con reducción también de sueldo.

En cambio, es mucho menos común (48%) la semana comprimida, con más horas unos días para tener libre media jornada o una entera.

El segundo tipo de medidas es la flexibilidad en la trayectoria profesional. Aquí se incluyen las ampliaciones voluntarias del permiso de maternidad y el de paternidad, incluso parcialmente retribuidas. A mediados de esta década llegaron a estar en el 40-50% de las empresas encuestadas; pero ahora han quedado por debajo del 30%. La excedencia sin sueldo para cuidar de los hijos –o de otro familiar– tiene una cota mucho más alta, del 70%. Algunas empresas citadas en el libro añaden ayudas como planes de formación durante la excedencia, para que el empleado se mantenga al día, o una reincorporación gradual al término del periodo.

Entre las medidas de flexibilidad “espacial”, el estudio considera las videoconferencias, que ahorran viajes, y el teletrabajo. Este último no es posible para todas las funciones, y la experiencia muestra que tiene sus inconvenientes, como la falta de contacto con los colegas o la incomodidad si en casa no hay buenas condiciones materiales para trabajar. Donde se admite esta opción –ya más de la mitad de las empresas estudiadas– suele haber fórmulas mixtas. Por ejemplo, en Alcatel el 40% de la plantilla teletrabaja, pero se exige acudir a la oficina al menos dos veces por semana. Muchos empleados de Unisys empiezan la jornada laboral en casa, con tareas –como atender el correo electrónico– que se pueden hacer en cualquier parte, y van a la oficina a media mañana, cuando ha pasado el atasco de la hora punta.

Otras prácticas de conciliación son los servicios de apoyo a los empleados. En algunos casos consisten en dar información. En otros, la empresa se implica directamente, facilitando guardería en el centro de trabajo o subvencionando guardería fuera. Lo primero es complicado: requiere reservar espacio, la demanda es insegura –no se puede prever la natalidad de la plantilla–, hace incurrir en responsabilidad civil en caso de accidente. Es más factible en grandes centros de trabajo, como la sede central del Banco Santander, una especie de ciudad donde trabajan ocho mil personas y hay guardería con 400 plazas. Pero en opinión de muchos directivos, la función de la empresa no es asumir ese servicio, sino pagar más y dar facilidades para que cada empleado lo contrate como quiera.

El estudio revela un dato importante. Las prácticas de conciliación se han extendido a empresas de diversos tamaños. En las pequeñas y medianas hay gran facilidad para el horario flexible, quizá porque la negociación entre empleado y empresario es directa. Pero las demás están implantadas en proporción directa a dos factores: el tamaño de la empresa y el porcentaje de mujeres en la plantilla. Es un indicio más de que estas políticas aún son, de hecho, cuestión sobre todo femenina.

_____________________________

Notas

(1) Nuria Chinchilla Albiol y Consuelo León Llorente. Diez años de conciliación en España. Grupo 5. Madrid (2011). 162 págs. 14.95 €.

Fonte: Aceprensa
P.S.- Mais informações sobre esta temática aqui

segunda-feira, 21 de março de 2011

Desistir de abortar

O piano

domingo, 20 de março de 2011

Sim à vida: Manifestação em Sevilha, dia 27 de Março




(Clique para aumentar)
Consulte o site em


http://sialavida25m.org/

Família em 1º lugar, trabalho depois


Entrevista a Jorge Costa, ex-jogador e ex-treinador de futebol:

Ninguém compreendeu porque é que saiu da Académica, estava num início óptimo de carreira. Foi uma surpresa para todos...


- Admito que sim, mas a saída da Académica não foi tomada de cabeça quente. Pelo contrário, foi uma ideia amadurecida, uma opção de vida que tomei. A nossa vida é feita de fases. Entrei numa fase em que entendi dedicar-me mais a casa e gozar os prazeres da vida, a começar pela minha família. Tenho esse direito. O futebol não foi uma razão directa do meu abandono. Foi uma decisão particular e que, felizmente, apesar do muito que disseram, de histórias mirabolantes que contam, e dizem, não tem nada a ver com qualquer problema de saúde, nem meu, nem dos meus familiares mais chegados. Simplesmente, depois de muitos anos de futebol, entendi que devia passar mais tempo com a minha mulher e os meus filhos.

- Os rumores são muitos, continuam a ser...


- Pois, mas não posso fazer nada. Estou a dar esta entrevista, estou vivo, todos os meus, graças a Deus, estão bem, e posso mesmo dizer-lhe que estou a passar uma das melhores fases da minha vida. Estou vivo e feliz.

Fonte: A Bola

sexta-feira, 18 de março de 2011

Corações de pedra



Um dos maiores males da humanidade (que sempre existiu, mas que agora parece estar mais generalizado) prende-se com a dureza de coração.

Nota-se a dureza de coração na frieza como certas mães e pais olham para os filhos ou como certos filhos olham para os seus pais.

Nota-se a dureza de coração na forma calculista, fria, distante e, por vezes, sem quaisquer escrúpulos como politicos, empresários ou outras pessoas de poder pensam e agem.

Nota-se a dureza de coração na forma como muitos maridos e muitas mulheres deixam o seu amor esfriar ou tão simplesmente actuam com segundas intenções, sem impulso, sem emoção até que tudo não passe de uma farsa.

Nota-se a dureza de coração na forma interesseira como muitos se relacionam com Deus, pedindo-Lhe ou regateando algo em troca de alguma coisa, sem piedade verdadeira, além de um mero e farisaíco calculismo.

Hoje, é muito fácil deixar endurecer o coração, mesmo logo desde os tempos da juventude.

Tudo à nossa volta nos convida à petrificação (senão mesmo fossilização) do nosso coração: o engano, a concorrência, a competição, o materialismo, etc., etc..

São cada vez mais os corações "wild at heart" erráticos, titubeantes, desorientados. Corações de pedra.

Esta música é muito significativa pelo significado da sua letra.

Será um desafio também para todos os que vivem neste ambiente "radioactivo" que vem de dentro e de fora

A solução há muito conhecida para o Estado Social

Portugal é perito no blá blá. Já sabíamos, não é verdade? Contudo, e apesar do blá blá, fiquei surpreendedida por, num seminário, se ir falar da «importância do estado social, da família e das crianças».

Portugal apodrece, definha e está em queda livre.

Uma das grandes causas para o nosso estado actual é o défice demográfico. Diga-se o que se disser, Portugal não vai recuperar com imigração e, muito menos, com a emigração dos seus jovens!
O nosso país precisa urgentemente de crianças. O défice é financeiro, mas também demográfico. A soulção? É há muito conhecida: POLÍTICAS DE FAMÍLIA. A APFN e Federação Portuguesa pela Vida têm lutado enormemente por elas. Ouçam-nas.

Seminário "O Novo Paradigma dos Serviços de Apoio Social" - 7 de Abril de 2011

Enquadramento
Tendo em conta o envelhecimento demográfico e as actuais carências económicas e sociais, essencialmente, no que respeitado apoio do estado, é objectivo da APQ (através do seu Grupo Dinamizadora Qualidade nos Serviços) promover a discussão sobre as actuais respostas sociais, nomeadamente no que concerne à qualidade e capacidade de responder às necessidades do sector. Assim, numa altura em que a sustentabilidade dos serviços sociais é preponderante para a evolução do país e a qualificação dos serviços, equipamentos e recursos humanos factores chave que devem acompanhar a criação de novas respostas sociais; surge o seminário "O Novo Paradigma dos Serviços de Apoio Social".
Seminário "O Novo Paradigma dos Serviços de Apoio Social" - 7 de Abril de 2011
1º Painel - A evolução dos serviços de apoio social face às necessidades do paísAnálise da situação nacional actual e da experiência espanhola
2º Painel - Novas respostas SociaisApresentação de soluções alternativas de apoio social dinamizadoras do sector
3º Painel - Contributo dos Sistemas de Gestão da Qualidade para a Melhoria dos ServiçosApresentação dos diferentes modelos de gestão da Qualidade que podem ser aplicados, os desafios da actualidade e a mais valia do pessoal qualificado 4º Painel - Mesas Redondas - O contributo da sociedade para a Sustentabilidade SocialO estereótipo do reformado e o seu contributo para a sociedade, a importância do estado social, da família e das crianças. O contributo das redes sociais anti-pobreza e Entidades Familiarmente Responsáveis (EFR) DestinatáriosQuadros com responsabilidade na gestão de Instituições de Solidariedade Social, técnicos do terceiro sector, gestores e consultores interessados em aprofundar conhecimentos na temática dos serviços sociais.
Local de Realização
Auditório da Inova.
GaiaRua dos Mourões, nº 4764410-136 S. Félix da MarinhaTel: 227 334 141 Fax: 227 334149inova@inovagaia.pt www.inovagaia.pt
Informações
APQ – Associação Portuguesa para a QualidadeDelegação Regional do NorteRua do Orfeão do Porto, nº 360 – Lj.34150-798 PortoTel: 226 153 320 Fax: 226 153328E-mail:drn@apq.pt www.apq.pt PreçosSócios Colectivos da APQ –60,00€Sócios Individuais da APQ –65,00€Não Sócios – 70,00€
Estes Valores incluem:- Isenção de IVA nos termos do nº 10 do art.º 9 doCIVA.- documentação, coffee-breaks ealmoço.Nota: asinscrições devem ser efectuadas por fax ou por e-mail, mediante envio daficha de inscrição devidamente preenchida

quarta-feira, 16 de março de 2011

Há uma geração mais à rasca que a minha!


BERNARD NATHANSON: ÍCONE DO MOVIMENTO PRO-VIDA

"Não foi preciso passar muitos anos para este médico ter dado uma volta de 180º nas suas posições em relação ao aborto"

Faleceu no passado dia 21 de Fevereiro o Professor Bernard Nathanson, médico ginecologista, de nacionalidade norte-americana. Foi um dos líderes do movimento pela legalização do aborto nos Estados Unidos da América, tendo fundado para o efeito a Liga de Ação Nacional pelo Direito ao Aborto. Tudo isto se passou na década de sessenta do século vinte. Depois da legalização do aborto na América, o Professor Nathanson tornou-se Diretor de uma das maiores clínicas de abortos do mundo, tendo realizado com as suas próprias mãos milhares de abortos e orientado outros médicos nessa prática. Porém, não foi preciso passar muitos anos para este médico ter dado uma volta de 180º nas suas posições em relação ao aborto, mudando de campo e passando de ativista pro - aborto a ativista provida, tornando-se mesmo numa das maiores referências a nível mundial na luta contra o aborto, ao ponto de muitos verem nele, um ícone do movimento provida. O que se passou para uma mudança tão radical, foi muito simples: Não foi nenhuma revelação divina, nem nenhuma visão ou sonho, nem algo de transcendente ou religioso, foi apenas e tão só fruto da evolução cientifica e tecnológica, da ciência, que lhe permitiu a ele e a todos os homens honestos poderem ver com os seus próprios olhos a vida intra-uterina, a vida, os movimentos e reações do feto no ventre materno.

Nos finais do ano de 1972, passou a ser possível através da nova técnica de ultracenografia, vulgarmente designada por ecografia, passar a acompanhar e a visionar o comportamento e o desenvolvimento do feto no seio materno. Confrontado com essas imagens, e com as conclusões de uma nova ciência, a fetologia, o Professor Bernard Nathanson, alterou radicalmente a sua posição e passou a ser contra o aborto por reconhecer que no feto há vida humana, vida que é e só pode ser humana. A partir de então, o Professor Nathanson consagrou a sua existência a percorrer o mundo na luta contra o aborto e as práticas abortivas, desdobrando-se em conferências, filmes e estudos. O seu testemunho muito incomodou os abortistas. Esteve em Portugal, mais de uma vez para denunciar o crime do aborto e as técnicas mentirosas dos promotores da legalização do aborto.

Tive o gosto de escutá-lo numa dessas conferências. A sua mensagem está sintetizada e pode ser vista e ouvida no filme "O grito silencioso", acessível no You Tube, onde podemos visionar o seu magnífico testemunho, que todos os médicos e profissionais de saúde não deveriam deixar de ver, filme que não devemos ter qualquer pudor em mostrar a toda a mulher que pondere realizar um aborto.

Ainda recentemente, o Papa Bento XVI se referiu ao tema do aborto. Ao receber os membros da Academia Pontifícia para a Vida, disse o Papa que "sobre um cenário cultural caracterizado pelo eclipse do sentido da vida, pede-se aos médicos uma especial fortaleza para continuarem a afirmar que o aborto não resolve nada, mas mata a criança, destrói a mulher e cega a consciência do pai da criança, arruinando, frequentemente, a vida familiar", acrescentando ainda que é necessário que toda a sociedade se coloque em defesa do direito à vida do concebido e do verdadeiro bem da mulher".

Se durante a sua vida, o Professor Nathanson se transformou num ícone universal do movimento provida, muito mais o deverá ser agora que viveu a sua Páscoa e entrou na Eternidade. Partindo da ciência, ele chegou a Deus, converteu-se à fé católica e foi batizado em 1996, aos setenta anos de idade.

O seu exemplo é eloquente. Ele poderia ter continuado a fazer fortuna à custa do aborto. Mas a partir do momento, em que através da investigação cientifica chegou à conclusão que no feto há vida humana, por respeito ao valor da vida humana, passou a defendê-la de modo empenhado e intransigente, denunciando o aborto como uma pratica criminosa e abominável, que "mata a criança, destrói a mulher e cega a consciência do pai da criança, arruinando, frequentemente, a vida familiar". Apesar dos cinco mil abortos que realizou ele é verdadeiramente um bem-aventurado pelos muitos milhares de abortos que evitou, pelas muitas vidas que salvou.

Luis Seabra Galante

Daqui

Protege o teu coração no Algarve









A Plataforma Algarve pela Vida convidou a “Associação Família e Sociedade” para, neste sábado, dia 12 de Março, falar do programa de educação sexual, pioneiro em Portugal, denominado “Protege o Teu Coração – Dinâmicas com Alunos”.
A sessão, que contou com a presença maioritária de professores, mas também de Encarregados de Educação e representantes de Associações de Pais, teve lugar no Centro de Novas Oportunidades da Santa Casa da Misericórdia de Albufeira.
Foi oradora a Dr.ª Sofia Mendonça, de Lisboa, especialista em Ciências da Educação e coordenadora nacional deste programa que tem o apoio da equipa internacional que, além de habilitar formadores, transmite as experiências pedagógicas que o programa vai tendo nos 18 países onde é aplicado. Em Portugal, para já, está a ser aplicado em escolas públicas e privadas do Oeste e da grande Lisboa.
Este programa surgiu na Colômbia, pela iniciativa de um grupo de pais preocupados com a educação sexual dos seus filhos.
A Dr.ª Sofia Mendonça salientou que nenhum aluno ficará infeliz se algum professor se enganar no nome da capital de um país, mas, se um professor induzir em erro ou desinformar um aluno em relação às propostas de projecto de vida ou de exercício da sua sexualidade, isso sim já poderá vir a ser motivo de infelicidade para o jovem.
A palestrante criticou também a abordagem que é actualmente feita na escola por considerar altamente redutor cingir esta temática unicamente ao campo fisiológico. Considerou que, por detrás do exercício da sexualidade, deve estar, primeiramente, a ideia de um projecto de vida e que, se hoje em dia, até mesmo nas disciplinas comuns do currículo, os jovens demonstram falta de motivação e desinteresse, isso resulta precisamente da ausência de um projecto de vida mais abrangente. Por isso, concluíu, o programa “Protege o Teu Coração” acaba por ser essencial, numa perspectiva de formação cívica, e não complementar, precisamente porque, através de interrogações feitas aos jovens, pretende despertar neles a ideia de um projecto de vida com consequências mais a médio e longo prazo e não apenas a curto prazo, de gozar a vida e aproveitar, de forma, por vezes, irresponsável, ao máximo, as energias da juventude.
Por isso, o programa começa por propor a cada jovem que seja uma estrela, uma estrela que brilhe e ilumine, com a sua luz, toda a sociedade: ser feliz e ajudar os outros a serem felizes, ajudar cada jovem a construir um carácter forte e autónomo. E essa estrela, diz, só poderá brilhar na sua plenitude se tiver as suas 5 pontas que são as 5 dimensões da vida e, naturalmente, também da própria sexualidade: a dimensão física, social, racional, emotiva e transcendente, que nunca se podem dissociar entre si.
Neste âmbito, o programa é composto por 25 módulos, aplicados desde o 5.º ao 12.º anos onde se abordam temas como a auto-estima, a assertividade, a amizade e o namoro, a influência da pornografia, a consciência da fertilidade, entre outros.
Como um dos principais problemas da adolescência é a vulneralibilidade perante as fortíssimas pressões dos grupos, dos meios de comunicação social e da internet e a imaturidade na tomada de decisões, um dos principais objetivos deste programa reside, desde logo, em ajudar os jovens a reconhecer essa sua situação de vulnerabilidade, através do recurso a exemplos concretos, vídeos, cartunes, jogos lúdicos (por exemplo, o jogo da corda), que lhes permita reconhecer as pressões de que são alvo e quais os modos mais práticos de lidar com elas. Numa das dinâmicas com jovens, a formadora utiliza um balão que vai enchendo e que, quer porque se continua a encher sem parar, quer porque alguém o pica, acaba por rebentar e ficar para sempre inutilizado. O balão representa cada um de nós quando não sabe lidar com as pressões negativas, e a sua destruição pode representar o alcóol, a gravidez indesejada, as doenças sexualmente transmissíveis, a dependência da internet e dos vídeo-jogos, etc.. Noutra dinâmica, propõe-se a criação de um teatro composta por dois grupos que tentam influenciar o comportamento do outro, trabalhando-se depois quais as estratégias para evitar e superar as pressões de cada um.
A oradora defendeu que os jovens devem reservar o exercício da sua sexualidade ao âmbito de um projecto de vida (ver link de vídeo) e que não devem desperdiçar a sua capacidade de amar com aquilo a que intitulou de “sucedâneos”, isto é, meras experiências com efeitos colaterais nefastos para o equilíbrio da sua personalidade, ainda em formação, referindo mesmo estudos que associam o início precoce da vida sexual ao insucesso escolar.
Por isso, criticou algumas sessões com jovens onde se defende a inocuidade do início da vida sexual precoce desde que se usem os métodos contracetivos (ver link de vídeo). Por um lado, porque a pílula e o preservativo não garantem uma protecção a 100%, sobretudo quando usado por jovens inexperientes e, por outro, porque estes métodos contracetivos não protegem a dimensão emocional e racional da sexualidade.
De acordo com a sua experiência em sessões com jovens, resulta evidente para a Dr.ª Sofia Mendonça que muitos deles não têm qualquer noção da responsabilidade e das consequências da relação sexual, em termos de D.S.T. e gravidez indesejada. Além disso, o início da vida sexual, para um número significativo de adolescentes representa o agravamento de um estado de instabilidade e insegurança emocional – já de per se naturalmente instável – no âmbito de namoros pouco consolidados, se não mesmo de aventuras meramente esporádicas.
Para esta especialista, o adolescente precisa sempre de orientação ainda que nunca o admita, mas, muitas vezes, os pais e os professores falham na forma e na linguagem usada para os educar, ao tentar incutir “deveres” e “obrigações” externas, causando um efeito precisamente contrário ao desejado. Como diz a filósofa Jutta Burggraf, o segredo está naquilo a que, em psicologia, se denomina “a intenção roubada”, ou o Papa João Paulo II, na sua encíclica “O esplendor da verdade” chama de “heteronomia participada”, isto é, ajudá-los a que eles próprios reconheçam a sua vulnerabilidade e consigam ter a autonomia e a força de vontade suficientes para serem os autores do seu próprio destino, sem cedências a pressões dos grupos, dos media ou da internet.
Verifica-se que, por vezes, os jovens dão mais ouvidos a quem vem de fora do que aos seus professores habituais e nisso consiste também uma parte da eficácia que este programa tem vindo a manifestar nas várias escolas onde tem vindo a ser implementada.
Cada sessão tem o custo de 60€ mais deslocação o que, dividido por turmas de 20 ou 30 alunos, acaba por significar um custo suplementar para alunos pouco significativo, embora o mínimo desejável para atingir alguma eficácia passe pela realização de, pelo menos, duas sessões. Em algumas escolas, sobretudo privadas, a fim de rentabilizar a presença da formadora, propõem-se sessões com várias turmas em dias seguidos da mesma semana.
Apesar das inúmeras solicitações pelo país, perante o interesse manifestado pelos pais e professores presentes nesta sessão, a coordenadora do programa mostrou recetividade por parte da “Associação Família e Sociedade” poder vir ao Algarve desenvolver algumas das suas inovadoras sessões em escolas algarvias públicas ou privadas que assim o solicitem.

Educação sexual não pode ensinar só métodos contracetivos:




Educação sexual e propostas de projetos de vida:


Para mais informações sobre a aplicação do programa “Protege o teu coração”:

http://pt.scribd.com/doc/45892556/Apresent-PTC
http://pt.scribd.com/doc/45892605/Modulos-do-Protege-o-teu-coracao-para-jovens
http://pt.scribd.com/doc/45892689/Modulos-com-pais-do-programa-Protege-o-teu-coracao
http://pt.scribd.com/doc/49976781/PTC-12-03-Albuf-cartaz

There be dragons- Um filme sobre viver a vida com ódio ou amor

segunda-feira, 14 de março de 2011

Anticoncepcionais orais causam pedra na vesícula


Uma dos efeitos secundários negativos, dos muitos que apresentam os anticoncepcionais orais, é a criação de pedra na vesícula, tal como se pode confirmar aqui e aqui.

Seria importante (embora politicamente incorrecto) que as jovens fossem informadas, ou no mínimo, advertidas desta situação.

Fomos notícia


A associação Família e Sociedade, a convite da Plataforma Algarve pela Vida, promoveu um debate em Albufeira, anteontem, sobre o programa de educação sexual ‘Protege o teu Coração’, com os professores a manifestarem inquietações sobre a influência da internet e das redes sociais na vida dos seus alunos.


O programa de educação sexual está a ser aplicado em algumas escolas. A coordenadora Sofia Mendonça defende que os jovens devem reservar o exercício da sua sexualidade no âmbito de um projecto de vida. É contra a sexualidade precoce, referindo estudos que a associam ao insucesso escolar. E critica até que se diga aos jovens que podem iniciar a sua vida sexual cedo desde que usem contraceptivos, porque isso nãos os protege da dimensão emocional.


Eutanásia e suicídio assistido: Sete razões para contrariar a sua legalização


Luke Gormally
Tradução de Maria José Figueiredo


1. A «justificação» da eutanásia voluntária pressupõe a rejeição de um princípio que é fundamental para um justo enquadramento das leis numa sociedade.


A eutanásia voluntária consiste em matar um paciente a seu pedido, na convicção de que a morte constitui um benefício para esse paciente e de que, por essa razão, se justifica matá-lo. Mas o simples facto de uma pessoa afirmar, de sua livre vontade, que deseja ser morta não constitui, em si mesmo, razão para um médico achar que a morte será um benefício para essa pessoa. Nenhum médico acederia a satisfazer uma solicitação deste género, por muito que lhe parecesse que o paciente a fazia de livre vontade, se achasse que este tinha perspectivas de uma vida com valor.

Ora, afirmar que a vida de uma pessoa é desprovida de valor é o mesmo que negar valor a essa pessoa, dado que a realidade de uma pessoa de maneira nenhuma se distingue da sua vida. Assim, pois, na base das mortes por eutanásia está um juízo quanto ao valor de determinadas vidas humanas.


Uma legalização da morte cuja justificação assenta na convicção de que há certas vidas que não têm valor é contrária a qualquer sistema legal que afirme proteger e promover uma ordem social justa. Porquê? Porque, para que a justiça vigore numa sociedade, é necessário encontrar uma forma não arbitrária e não discriminatória de identificar os sujeitos dessa mesma justiça. Mas a única maneira de evitar a arbitrariedade na identificação dos sujeitos da justiça é presumir que todos os seres humanos, pelo simples facto de serem humanos, têm direito a ser tratados de forma justa e são sujeitos de determinados direitos humanos básicos. Por outras palavras, a dignidade e o valor que se reconhecem aos seres humanos resultam directamente da sua humanidade. Pelo contrário, esta dignidade e este valor não podem constituir um título para a reclamação de um tratamento justo por parte de terceiros se se considera que os seres humanos podem ser privados deles. A dignidade e o valor são, por assim dizer, características não elimináveis da nossa humanidade.

A morte por eutanásia, mesmo quando é feita a pedido, pressupõe a negação do valor da vida das pessoas que são consideradas possíveis candidatos à eutanásia. Trata-se, pois, de um tipo de morte que não pode ser integrada num sistema legal que tem como um dos seus fundamentos o valor e a dignidade de todos os seres humanos.

É de importância crucial para todos os estados manter um corpo de leis consistente com o respeito pela dignidade e pelo valor de todos os seres humanos. É nomeadamente importante não legalizar a morte dos inocentes, porque uma das tarefas fundamentais das autoridades civis é proteger os inocentes. Ora, quando recorre à tese segundo a qual a vida de determinada pessoa é desprovida de valor para tornar legal a morte dessa pessoa, o Estado deixou de reconhecer que os inocentes têm o direito de ser protegidos. Mas, se o Estado considera que estes direitos são nulos, como pode então reclamar para si aquela autoridade que deriva justamente da necessidade que os cidadãos têm de ser protegidos de ataques injustos?

2. A legalização do suicídio assistido também é inconsistente com o mesmo princípio fundamental de um sistema legal justo.

A descriminalização do suicídio (e, portanto, das tentativas de suicídio) faz sentido quando temos em consideração as dificuldades por que teriam de passar as pessoas que fossem sujeitas a um processo judicial depois de terem tentado suicidar-se. Mas esta descriminalização – motivada pelo desejo de não dificultar ainda mais a vida destas pessoas – não implica que a lei tinha uma visão neutral da opção pelo suicídio. As pessoas que tentam suicidar-se são manifestamente motivadas por uma convicção (pelo menos passageira) de que a sua vida deixou de ter sentido. Ora, dado que as disposições legais justas assentam na convicção de que toda a vida humana tem um valor que não é possível eliminar, a lei tem de rejeitar a razoabilidade de uma opção que tem como base a motivação inversa.

Assim, a lei tem igualmente de se recusar a aceitar o comportamento das pessoas que sancionam com os seus actos a opção pelo suicídio, porque os referidos actos assentam na tese segundo a qual a vida daquele que estão a ajudar deixou de ter valor. Dizer que estas pessoas agem «movidas pela amizade», ou «movidas pela compaixão», não explica suficientemente o seu comportamento. Com efeito, como é possível descrever como «amizade» ou «compaixão» as motivações de uma pessoa que colabora num suicídio, quando tais motivações têm por base a convicção de que aquele que estão ajudar está melhor morto? Se achassem que esta pessoa podia continuar a ter uma vida com valor, ajudá-la a morrer dificilmente poderia ser considerado um acto de amizade.

Há, pois, boas razões para resistir à legalização do suicídio assistido, razões que são tão fundamentais como a primeira razão atrás apresentada para resistir à legalização da eutanásia.
3. Se a eutanásia voluntária for legalizada, terá sido abandonada a razão mais premente para resistir à legalização da eutanásia não voluntária.

Muitas das pessoas que apoiam a legalização da eutanásia voluntária opõem-se à legalização da eutanásia não voluntária. Contudo, se a única maneira de justificar a tese segundo a qual a eutanásia é um benefício para a pessoa que vai morrer é recorrer à tese de que a vida da referida pessoa deixou de ter valor, então os que apoiam a eutanásia voluntária estão, sem disso se aperceberem, a comprar um pacote bastante maior do que pensavam. Porque, se é possível beneficiar uma pessoa matando-a, será razoável privar as pessoas desse benefício pelo simples facto de elas não terem a capacidade de solicitar que as matem? E, se nos espanta (e é muito razoável que nos espante) a tese de que alguém pode beneficiar com a própria morte, podemos pelo menos aceitar a tese de que, quando a vida de uma pessoa deixou de ter valor, não estamos a prejudicá-la privando-a dessa mesma vida.

Na realidade, os defensores mais activos e mais lúcidos da legalização da eutanásia voluntária também são defensores da legalização da eutanásia não voluntária. Do ponto de vista destas pessoas, os seres humanos não têm uma «categoria moral» (que é o equivalente àquilo a que, neste artigo, se designa por «dignidade básica») em virtude do qual gozem de direitos humanos básicos; por este motivo, não se está a cometer nenhuma injustiça contra eles quando a motivação para os matar é, muito simplesmente, a conveniência dos seres humanos que têm «categoria moral». O exercício que consiste em distinguir os seres humanos que têm «categoria moral» daqueles que a não têm é totalmente arbitrário. Os defensores da legalização da eutanásia, como os filósofos Peter Singer e Helga Kuhse, que aderem a esta arbitrariedade, fazem-no sem uma preocupação evidente pela subversão dos fundamentos da justiça que a referida arbitrariedade pressupõe.

4. A legalização da eutanásia voluntária ajudaria a promover a prática da eutanásia não voluntária, sem os benefícios da legalização.

O processo dar-se-ia por duas vias: em primeiro lugar, tem-se verificado que as pessoas que começam por afirmar que desejam limitar a prática da eutanásia à eutanásia voluntária acabam por chegar à conclusão de que, quando esta é permitida, deixa de haver razões válidas para proibir a eutanásia não voluntária, pelo que começam imediatamente a planear a prática sistemática da eutanásia não voluntária. Trata-se de um fenómeno facilmente detectável, por exemplo, no comportamento da Real Associação de Médicos Holandeses ao longo dos últimos quinze anos. Depois de terem promovido a aceitação daquilo que afirmavam ser a «prática controlada» apenas da eutanásia voluntária, promovem actualmente a aceitação da prática da eutanásia não voluntária.

Em segundo lugar, porque os critérios para a delimitação da prática da eutanásia a pedido do cliente são irremediavelmente imprecisos. A experiência holandesa demonstrou a verdade daquilo que os críticos afirmavam acerca da aprovação legal da eutanásia voluntária (fosse por decreto legal ou por decisão judicial), a saber, que ela conduziria à prática alargada da eutanásia não voluntária. Os dados disponíveis mostram, com base em estimativas feitas por baixo, que, em 1990, cerca de uma em cada doze mortes ocorridas na Holanda o foram por eutanásia (10.558 casos), e mais de metade destas sem solicitação explícita.

5. A eutanásia debilita das disposições que exigimos aos médicos, sendo por isso destrutiva da prática da medicina.

A prática da medicina só pode florescer quando os médicos têm uma disposição tal, que inspiram confiança nos doentes, muitos dos quais se encontram em situações extremamente vulneráveis. Mas os médicos só inspiram confiança quando os doentes têm a certeza de que eles não estão dispostos a matá-los, de que não sentem inclinação para considerar se vale a pena cuidar de um doente, mas se dispõem imediatamente a considerar que tipo de tratamento poderá ser preferível para cada caso.

Ora, a prática da eutanásia debilita sistematicamente ambas as disposições, porque dispõe os médicos a matar alguns dos seus doentes, ao mesmo tempo que inculca neles a ideia de que há doentes cujas vidas não têm valor. Mas, visto que não há critérios não arbitrários para determinar quais são as vidas que têm valor e as que não têm, uma pessoa que não renuncie por princípio a esse género de considerações discriminatórias cairá facilmente na tentação de categorizar as pessoas mais difíceis ou mais desinteressantes como pessoas cuja vida não tem valor.

Um dos mais importantes deveres do Estado é manter um quadro legal tal, que uma profissão tão essencial como a medicina funcione bem, e no interesse dos cidadãos. O Estado não estaria a cumprir esse dever se permitisse que os médicos tivessem comportamentos corrosivos da relação médico-doente.

6. A legalização da eutanásia debilita o ímpeto destinado a desenvolver atitudes verdadeiramente compassivas para com os doentes e os moribundos. A expressão mais adequada da compaixão são os cuidados de saúde, motivados por um sentimento mais ou menos intenso de simpatia para com as pessoas que sofrem. Não se pode cuidar das pessoas matando-as.

É muito importante ter em consideração que um dos elementos fundamentais dos debates contemporâneos relativos à legalização da eutanásia é a necessidade de reduzir os custos com os cuidados de saúde. E um dos perigos mais óbvios resultantes da sua legalização é que, dentro em breve, a eutanásia passe a ser vista como uma «solução» conveniente para as enormes necessidades de certo tipo de pacientes. Se tal acontecesse, a medicina ficaria privada do incentivo para a procura de soluções genuinamente compassivas para as dificuldades suscitadas pelos referidos pacientes. Os impulsos humanitários que sustentaram o desenvolvimento dos hospitais seriam postos em causa, porque a eutanásia passaria a ser considerada por muitos uma solução mais barata e menos exigente em termos pessoais.


7. Três comissões criadas por legislaturas anglófonas com a missão de analisarem propostas de legalização da eutanásia recomendaram que não fosse legalizada.

No decurso de 1994-95, foram publicados os relatórios das comissões criadas pela Câmara dos Lordes do parlamento britânico, pela Comissão de Análise à Vida e à Lei do estado de Nova Iorque e pelo Senado do parlamento canadiano, todas elas constituídas por pessoas com pontos de vista muito diferentes acerca da moralidade intrínseca da eutanásia; contudo, todas elas se mostraram claramente contrárias à sua legalização. Por exemplo, a comissão da Câmara dos Lordes contava entre os seus membros com várias pessoas que tinham defendido publicamente a eutanásia; no entanto, depois de terem passado um ano a ouvir testemunhos, a ler um conjunto muito alargado de dados e a discutir internamente as questões, os membros desta comissão decidiram por unanimidade recomendar que a eutanásia não fosse legalizada.

Há nos três relatórios muito material digno da atenção da Comissão Legislativa Legal e Constitucional do Senado do parlamento federal australiano. Baste a seguinte citação do relatório da Comissão da Câmara dos Lordes como epítome da sensatez das três comissões: «A proibição da morte intencional […] é a pedra angular das relações legais e sociais. Trata-se de uma proibição que nos protege de forma imparcial, encarnando a convicção de que somos todos iguais. Não queremos que tal protecção seja fragilizada, pelo que recomendamos que não se proceda a qualquer alteração na lei, com o fim de permitir a eutanásia. […] A morte de uma pessoa afecta a vida de outras pessoas, muitas vezes de maneiras imprevisíveis. É nossa convicção que a questão da eutanásia é uma daquelas em que os interesses do indivíduo não podem ser separado dos interesses da sociedade como um todo.»

O autor deste artigo tem a esperança de que, após a devida consideração dos factos, os membros da Comissão Legislativa Legal e Constitucional partilhem da sensatez moral e política que esta citação exemplifica.


Educação sexual: «Estas normas puseram-me a alma num inferno...»


Joel Costa, autor do programa «Questões de Moral», da Antena 2 da rádio, resolveu ler as normas provenientes do Ministério da Educação que legitimam a Educação sexual como objecto de educação escolar, desde o primeiro ano do Ensino Básico. O resultado dessa análise acutilante, que, como é estilo do radialista, se revereste de um humor fino, pode ser ouvido aqui ou lido a seguir. O texto, que tomámos a liberdade de transcrever, será longo, mas a sua essência valerá o esforço do leitor.



O sexo, enfim, deixou de ser aquilo que todos nós até ao início do presente ano lectivo pensávamos que fosse um facto privado, uma questão pessoal. Não, passaria, passará… não sei… a ser um problema de saúde pública. Um problema de saúde pública tratado nas escolas normais, em aulas de educação sexual presumivelmente dadas por especialistas na matéria. Eis, portanto, o bom Portugal, sempre na vanguarda do progresso, inclusive na educação como, de resto, todos sabemos. Estamos tão avançados nossos níveis educacionais que a juntar cargas horárias dos alunos tinha de vir outra disciplina essencial para o crescimento do estado para a dívida para a competitividade externa e externa.


Com a educação sexual a estes níveis, governamentalizada, há agora sim, as exportações vão crescer, e sem dúvida que o futuro do sexo português está garantido, será até produto de exportação, agora por falar disso, de exportação para os mercados nórdicos, sei lá… esses coitados que não percebe nada disso, o que dá a medida da larga visão estratégica do governo.


Muitos pais recusavam a assistência dos filhos às aulas de educação sexual e, a meu ver, bem, não percebem o que terá o estado a ver com a sexualidade dos filhos. Mas se os pais não quisessem os filhos nas aulas de Educação sexual teriam de bem fundamentar a recusa e o problema seria saber que fundamentações seriam consideradas pelos burocratas: “Não quero, porque não”, seria razão atendível pelas autoridades sexuais?


Como digo, houve pais que recusaram para os filhos o ensino sexual dado pelo estado nas escolas. Houve até uma plataforma de resistência nacional para isso, foi obra. E o problema para justificar as faltas a educação sexual é que a matéria poderia vir a ser dada não numa disciplina específica, mas de modo transversal, incluída em várias disciplinas.


Não sei como estão as coisas, claro, não sou um entendido, nem um expert nem nada, nem sequer um interessado, não sei como está a ser feito, mas estou a imaginar uma professora de Matemática, uma daquelas antipáticas, como eram no meu tempo, a ensinar sexo aos alunos, ou mesmo uma simpática professora de português a incluir no léxico expressões relacionadas com o sexo (…) e até se pode recorrer ao latim.


E professores houve que se propuseram ensinar sexo, ou sexualidades, aos próprios pais, o zelo legislativo de gabinete e a ânsia governamental de normalização burocrática e de correcção política pode ter destas… sei lá… aberrações e chegar a extremos ridículos.


As dúvidas dos pais quanto à propriedade destas aulas eram perfilhadas por alguns professores. O assunto apresentava logo à partida dificuldades e espinhosas ambiguidades, a abordagem para começar. Mas alguém resolvera tranquilamente a questão… não, não, não, não se vai ensinar sexo não se falará do acto sexual, vai-se educar sexualmente, que uma coisa muito diferente e que deve dispensar muito bem qualquer referência ao acto sexual.


A educação sexual seria não dirigida para o sexo em si, mas para os afectos. Podiam ter-lhe dado outro nome, mas fiquei a saber que, por directiva ministerial, os afectos do meu filho não serão livres e espontâneos terão de ser educados pelo estado, orientados pelo estado, a espontaneidade afectiva com quem os alunos sentirem afinidades, não será, pelos vistos, recomendável, nem politicamente correcta sem exame prévio, pode até ser obrigatório um certificado oficial.


Os professores, alguns, admitiam aulas sobre o aparelho reprodutor, que não é sexo, evidentemente, é biologia, é medicina, é enfermagem, ciências da natureza (…). Sexo julgava eu que era outra coisa, julgo…, mas também como nunca tive aulas saber a matéria e nunca ninguém me ensinou sexualidade admito que não percebo muito do assunto.


Um "profe" perguntava como iriam os profes ocupar as muitas horas (…), com trabalhos práticos? E eu pergunto o que são trabalhos práticos em sexo. O "profe" em questão também aventava a possibilidade dos trabalhos de grupo, seria sexo em grupo? Lá sofisticado era, se fosse… e avançado. O "profe" citado, certamente por escorreito exercício de humor, perguntava se nas muitas horas de aulas… cabiam os trabalhos manuais. Bem, quanto a trabalhos manuais em educação sexual, naquelas idades, digo eu, que não tenho dúvidas nenhumas, que os alunos se mostrarão estudiosos e diligentes. E como somos um país tecnologicamente em dia, avança ainda aquele profe com a possibilidade de utilização de meios audiovisuais que explicassem visualmente como se praticavam os diferentes tipos de sexo, que ele discrimina, incluindo sexo sado-masoquista (…). Uma grande pouca vergonha, digo eu… maliciosamente.


Outro "profe" infere da obrigatoriedade da educação sexual a matriz ideológica que se contém na sexualidade. Por mim, não percebo lá muito bem porque é que um "profe" fascista não há-de perceber mais de sexo do que um comunista ou vice-versa, ou porque não um professor liberal mais sexualmente expressivo e didáctico do que ou professor socialista, ou vice-versa, claro está.
Ou essa ideologia a que o profe se referia seria ideologia sexual? O que será ideologia sexual? Sei lá, não sei. Mas palpito, que como na politica seja uns inclinarem-se mais para a esquerda, outros inclinarem-se mais para a direita, uns a inclinarem-se mais umas práticas e outros mais para outras (…).


Também não sabia, mas lendo umas coisas na internet fiquei a saber que somos o país com maior taxa de infectados (…) por doenças sexualmente transmissíveis e que continuamos a ter uma taxa altíssima de mães adolescentes e daqui pode decorrer forçadamente, admito, que os nossos jovens não percebem nada de sexo, que os adolescentes não fazem ideia do que seja educação sexual.


Bem, pelo que precisamente se invoca, eles percebem até muito, e se não sabem a teoria, sabem a prática e os resultados estão à vista, tristemente, mas estão: as infecções, as mães adolescentes. Isto significa que as adolescentes mães e os adolescentes pais não sabem o que estão a fazer? (…). Sexo mal gerido, sexo mal dirigido, dir-me-ão. Então, quando um jovem e uma jovem estão juntos, livres, cheios de amor, exaustos de carícias e beijos e com uma cama por perto, na melhor das hipóteses, para onde haverão eles de dirigir os respectivos ímpetos (…) como saberão gerir melhor a tensão que têm no corpo e, atenção, no espírito?


Leio e aprendo coisas assombrosas sobre este tema da educação sexual, a auto-estima que nestas idades é fundamental para os alunos se iniciarem no sexo. E eu sem querer “bancar” o subversivo, peço imensa desculpa de me rir destas coisas e poder ofender quem leva isto a sério, e não como iniciativa de governo para ficar bem na fotografia da modernidade, para efeitos, obviamente, eleitorais. Auto-estima, é claro que ela é precisa seja para o que for e não vejo que seja especialmente necessária para se iniciar no sexo. Mas o que é trazido a terreiro por este professor que leio, é que a auto-estima permite um sexo por opção própria e não influenciado por parceiros (…). Mas desde quando é que o impulso sexual não foi induzido também pelo parceiro?E desde quando, ainda que induzido pelo parceiro, o ser-se desejado para fazer sexo com o parceiro indutor não é um elemento a favorecer a auto-estima, desde quando, por essa causa, o sexo não foi uma opção própria?


Mas o governo não poupou alunos, professores e pais às suas burocráticas directivas orientadoras, até em matéria sexual. E aqui está um caso em que sou um empedernido liberal, porque aprova o estado social e desaprovo de todo o estado sexual, ou o sexo estatalmente instituído.


Só me perguntei na altura como se iriam ver os jovens de hoje na realidade adulta do sexo de amanhã depois de terem beneficiado das orientações do governo na matéria. Teremos no futuro também uma burocratização da vida sexual?


Os pais temiam os catecismos, os moralismos, logo a hipocrisia, os tabus, as abstinências, os recalcamentos, e pronto, as consequentes taras. Sexo, pergunta-se, educação sexual, ou auto-didactismo tradicional? Os serviços do Ministério da Educação tinham certezas absolutas: era preciso esclarecer tudo sobre a educação sexual, a vida sexual e coisas assim. Os serviços do Ministério andavam apreensivos com os fantasmas, queriam uma juventude a viver a sua sexualidade e os seus afectos de modo lúcido, explicável, saudável, incluindo aqueles afectos que se inclinam para pessoas do mesmo sexo. Ora, sobre isto alguns profes, ainda que favoráveis à educação sexual, achavam que as políticas governamentais haviam sido, nesta matéria, influenciadas por lobbies… não me custa nada a crer.


Educação sexual, pensando no caso: fazer sexo deve ser o cúmulo da má educação, é má educação até aludir a ele em sociedade: sexo não pode ser feito em público, pois não, à vista de toda a gente, pois não; é uma prática que não admite transparências, onde tudo pode ser proibido ou permitido, é coisa que se faz às escondidas de todos, em privado (…) ou então pode ser feito onde calhar, arriscando-se sanções, maus olhados, má fama… Neste mundo do politicamente correcto, do socialmente correcto, o sexo deve ser a maior das incorrecções, sim, porque como digo, só se faz às escondidas. E, então, como ensinar a correcção e a educação do sexo se a própria prática dele é uma incorrecção, uma pequena violência confortável, o sexo é uma indecência, ou pelo menos assim a sociedade o julgou. O sexo é interdito nos cinemas, quer na plateia, quer nos intervalos, quer no ecrã é quando é permito no ecrã, os filmes (identificados, são para adultos) e taxados pelo estado. Educando o sexo, vai educar o que ele mesmo proíbe, ou que simplesmente condena como imoral (…).


Mas, pelos vistos os governos entendem que há uma correcção para o cúmulo da incorrecção que é o sexo; que há uma educação para o cúmulo da má educação que é o sexo, ao ponto de o quererem ensinar e educar nas escolas. Não, não será o sexo que se pretende ensinar e educar nas escolas: é educação sexual, educação… mas para quê, se eu não posso mostrar à sociedade os refinamentos da minha educação sexual? (…) Sempre ouvi dizer, embora como eufemismo, que praticar o sexo é fazer amor, mas então como se pode administrar boa educação sexual se não se explicar muito bem, por miúdos, aos alunos, em que consiste realmente o amor e os respectivos nobres sentimentos?


Mas ninguém soube explicar como deve ser o amor, não sei se o governo ou o ministério têm algumas directivas sobre o assunto, sobre o sentimento amoroso. Só me admira que não tenham, que não legislem sobre o amor. É grave lacuna na fachada do furor legislativo nacional, porque haveria alguma correcção a ensinar respeitante ao amor, ao amar correctamente, educadamente… caso de saúde pública, quanto mais não seja porque muitas tragédias pessoais já aconteceram por causa do amor.


Sexo: causa ou consequência (…) do amor? Mas se ao dar educação sexual ao povo adolescente, o ministério não ensinar o que é verdadeiramente o amor, do qual o sexo, de uma maneira geral, correcta, educada deve ser a consequência, se o ministério não ensinar o que é amor e como se vive educadamente um grande amor irão ensinar bem a consequência disso ou seja, fazer bom sexo? Então vai ensinar o quê?


O ministério através dos seus doutos professores, seguramente especializados em matéria sexual, vai ensinar os jovens a pôr um preservativo, bom senhores, isso não é educação sexual isso serão primeiros socorros, quando o jovem tiver de se desembaraçar numa emergência (…). Ensinar a jovem a tomar a pílula, educação sexual, não me parece, será farmacologia, educação cívica, higiene, ou outra coisa parecida.


Mas depois, em vez de amor e de magníficos sentimentos a serem complementados com o sexo, vem a burocracia ministerial e lê-se no normativo sobre a (…) educação sexual, a impor umas quantas coisas (…): “o aumento e a consolidação de conhecimentos sobre”, por exemplo, “as dimensões anatomo-fisiologicas”… não esperava indecências destas numa norma governamental (…). “É preciso aumentar e consolidar conhecimentos acerca de regras de higiene corporal”, tem a ver com sexo e tem a ver com a condução de camiões TIR, sei lá… tem ver com tudo. “Da diversidade dos comportamentos sexuais ao longo da vida” (…), pois é: é o “ao longo da vida” que dá cabo de nós, aí é que está, e nos ensina melhor… acerca dos mecanismos de reprodução.


Acerca do planeamento familiar, dos métodos contraceptivos, das infecções, sua prevenção e tratamento. Acho que hoje já ninguém ignora com quem é arriscado fazer sexo, e não será caso para dar uma aula… bom… aumentar e consolidar conhecimentos, também acerca das ideias e dos valores com que as diferentes sociedades encaram a sexualidade (…). “Aumentar e consolidar conhecimentos sobre os vários tipos de abuso sexual e das estratégias do agressor” uff!... Abuso e estratégias do agressor, enfim… educação sexual num país e numa sociedade em que nos últimos anos, como o caso Casa Pia acabava de tomar conhecimento de uma infinidade sórdida de pormenores acerca de pedofilia e de agressões e em que os alegados acusados e já condenados era tudo gente bem-educada e culta ou, pelos vistos, mal-educada sexualmente (…). Valha-me Deus!


As normas ministeriais impõem ainda o desenvolvimento de competência para uma data de coisas, eu sei lá: “expressar sentimentos e opiniões” (…). É verdade, há muita gente incompetente a expressar sentimentos e opiniões e também há os demasiado competentes quando expressam, e bem, sentimentos falsos, para tomar decisões e aceitar decisões dos outros, ora uma lição de democracia, em suma, não de sexualidade, mas está bem, passo… Não me apetece ler mais normas governativas, parecem-me mais burocracias jurídico-institucional do que regra para lidar com assuntos humanos complexos.


Porque depois será preciso competência para reconhecer situações de abuso sexual. Ensinar a reconhecer rapazes e raparigas (…) o que é um abuso sexual!? Estas normas puseram-me a alma num inferno, ao fazerem dos alunos perfeitos atrasados mentais a quem têm de ser ensinadas matérias com que eles contactam todos os dias, ou pessoalmente ou por meio dos média.


Houve professores a pensar que no campo da educação sexual deve ser deixado espaço aos pais, os pais deveriam falar com os filhos… sim… em princípio acharia mais natural que assim fosse, mas depois somos esmagados pelo argumento da indisponibilidade de tempo dos pais e pelo eventual talento, dos pais o ensino de matéria tão delicada e tão mal-educada, mas mesmos que os pais tivessem tempo e talento coloquemo-nos, por um momento, no lugar deles (…). A preparação sexual dos pais seria aquela de toda a gente: a que a vida lhe dera (…). “Mas eu sei lá o que hei-de dizer ao rapaz? E, tu sabes o que vais dizer à miúda? Vês? A mim nem pai, nem mãe, nem avô, nem avó, nem tio, nem tia me explicou coisas que eram consideradas poucas-vergonhas e que não eram para falar diante dos gaiatos, não é?”. “Mas, os tempos são outros, diria a mãe”. “Pois, mas é com essa que me entalas (…) se tudo isso estivesse informatizado…”

(HELENA DAMIÃO)


Retirado daqui.