segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A mulher é diferente do homem


Dentre todos os mitos e os preconceitos que a atitude intelectual da objectividade espalhou na cultura moderna - e, nos últimos trinta a quarenta anos, no nosso país em particular - talvez o principal é o mito de que o homem é igual à mulher.

Existem semelhanças e diferenças entre homens e mulheres. Do ponto de vista exterior, daquilo que está à vista, existirão, porém, mais diferenças ou mais semelhanças? Existem mais semelhanças, homens e mulheres têm boca, nariz, cabeça, mãos, pés, cabelo, etc. Comparadas com estas semelhanças, as diferenças são mínimas, o tamanho do cabelo, a barba, etc. A conclusão de que homens e mulheres olhados de fora - isto é, objectivamente - são mais iguais do que diferentes sai reforçada quando se considera que as partes exteriores onde uns e outras são mais diferentes, são partes que andam geralmente tapadas, e não estão à vista do observador. Objectivamente falando, tudo concorre para a mesma conclusão, homens e mulheres são muito mais iguais do que diferentes.

Porém, penetrando na subjectividade de um homem e de uma mulher rapidamente se desfaz esta aparência de que homens e mulheres são mais iguais do que diferentes, e um mundo radicalmente oposto se abre perante os nossos olhos. As mulheres são mais emocionais do que os homens, nelas prevalecem as razões do coração, em prejuizo das razões do intelecto; no homens, é ao contrário. A amplitude do espírito feminino é muito mais vasta do que a do espírito masculino, e em qualquer circunstância da vida (v.g., ao entrar numa sala cheia de pessoas) uma mulher é capaz de apreender coisas que passam totalmente despercebidas a um homem. Uma mulher está permanente ligada a pessoas, ao concreto, ao aqui e ao agora, por outras palavras, ligada à terra; pelo contrário, o espírito do homem voa com facilidade para o asbtracto, desligando-se das pessoas e concentrando-se nas ideias. Pela sua condição de mãe, a mulher possui um profundo conhecimento do ser humano e com o qual um homem nunca poderá competir. A mulher é muito mais delicada em tudo o que faz na vida, mais flexível, mais hábil e subtil, do que o homem.

É por serem muito diferentes, muito mais diferentes do que iguais, que um homem e uma mulher se atraem mutuamente, se unem, e completam. São complementares, aquilo que falta a um, o outro tem. Os dois formam uma unidade. Pois qual seria a vantagem e o interesse de uma mulher se unir a um homem se ele fosse igual a ela, e reciprocamente, o que é que levaria um homem a procurar uma mulher se ela fosse igual a ele? Nada. Absolutamente nada.


Fonte: Portugal Contemporâneo

Pedro Arroja

4 comentários:

Anónimo disse...

A crônica apresenta alguns problemas conceituais. Depende do que se entende por "igualdade" e "diferença", dos seus usos e/ou abusos. Algo que para o autor do artigo parece não ter história e significados diversos e ambivalentes. Existe uma igualdade jurídica, abstrata, que é importantíssima, ainda que a direita cristã (que deduzo ser o cronista um representante)considere o pior dos mundos e tenha saudades de outras formações sociais e há uma homogeneização de cunho totalitário cuja trajetória do século XX já nos mostrou... Ninguém em sã consciência nega a existência de diferenças de temperamento, mentalidade, gostos, sentimentos entre homens e mulheres ou entre homens e homens e mulheres e mulheres. Resta saber se tudo é "inato" ou pré determinado por uma divindade ou existe o papel da cultura e é construído histórica e socialmente.

Curioso que, para o autor,a "igualdade" representaria tudo o que há de mais perverso na contemporaneidade e a "diferença", a esperança redentora da cristandade... Se igualdade for tomada como padronização de comportamentos, constrangimentos na liberdade de homens e mulheres, o autor tem razão, porém se estamos falando de igualdade de direitos, acesso à educação, trabalho, cargos políticos, não me parece nada mau, apenas justiça. Quanto à diferença, este conceito também possui suas ambiguidades. Justificar submissão feminina, restrições na formação cultural e intelectual das meninas , busca de oportunidades de trabalho, salários menores em comparação aos homens pela mesma atividade etc, não tem nada a ver com "respeito às diferenças", apenas discurso da desigualdade mascarado de "humanismo" ou "cristianismo".

No mais é só um arrazoado de lugares comuns e estereótipos que já justificaram muita opressão contra o gênero feminino, ainda que sob desculpa de "proteção", em especial:

"As mulheres são mais emocionais do que os homens, nelas prevalecem as razões do coração, em prejuizo das razões do intelecto; no homens, é ao contrário. A amplitude do espírito feminino é muito mais vasta do que a do espírito masculino, e em qualquer circunstância da vida"

que parece elaborado por algum ultramontano ou alienado cultural,pois como ele explicaria a existência de homens sensíveis, mulheres tiranas e cruéis, e vice-versa? Não há presença feminina relevante nas ciências "exatas', medicina, filosofia

O autor só é feliz em dizer que homens e mulheres se completam, certamente quando há respeito mútuo e consciência da dignidade da pessoa humana.

No geral, mais um manifesto conservador idealizando um mundo que já não existe mais e que não era muito justo para com homens e mulheres.

Marcelo B

Anónimo disse...

Falta link para o artigo original! Ponha-o, por favor.

Pedro Machado

PLATAFORMA ALGARVE PELA VIDA disse...

Já Está

L disse...

Aura Miguel
RR on-line 21-01-2011 07:50

A estratégia não é de agora e foi alvo de denúncias há mais de 15 anos pela Santa Sé. Em causa, a tentativa (bem sucedida) por parte de alguns ‘lobbies’ feministas e ‘gays’ em mudar, ao nível das legislações mundiais, algumas palavras de significado claro, por outras mais ambíguas. Por exemplo, em vez de “sexo”, passar a usar-se a palavra “género”.
Subjacente está a tentativa de eliminar as diferenças entre homem e mulher, considerando-as um mero condicionamento sócio-cultural. “Sexo” é uma palavra que sublinha a diferença entre homem e mulher, enquanto “género” é muito mais abrangente, porque em vez de apenas dois tipos – feminino e masculino – a nova expressão da moda abrange cinco: feminino, masculino, homossexual feminino, homossexual masculino e híbrido.
Em Portugal, a esquerda rasga as suas vestes por a nossa Constituição (escândalo dos escândalos…!) ainda usar a palavra sexo… e propõe uma nova formulação do artº 13º para se eliminar, de uma vez por todas, esta expressão ultrapassada…
A estratégia de confundir para reinar, sempre foi uma estratégia de poder. É por isso que é sempre bom saber o que está por trás das boas intenções daqueles que nos querem baralhar.