domingo, 13 de junho de 2010

Textos de 8 a 14 de Junho



RÁDIO COSTA D'OIRO

Textos de 8 a 14 de Junho

8 DE JUNHO

Para parceiros emocionalmente imaturos, o entusiasmo pela relação só sobrevive enquanto a conquista não se consuma. Esses parceiros (eles ou elas) tratam a relação como se fosse um jogo, um desafio, no qual o que realmente importa é vencer, subjugar, mas sem se envolver. Então, todo o empenho em parecer sedutor, gentil, atencioso, romântico desaparece em pouco tempo, tão logo tenha a certeza de que “venceu” o jogo da conquista.
Descuidar da imagem — tanto física como comportamental — também tem se revelado uma causa freqüente do esfriamento do romance. Sabe-se que, dentre outros atrativos, o visual é um forte componente no processo de conquista. Se, depois de algum tempo, não houver mais empenho na conquista, também não haverá maior preocupação com a imagem. Surgem então cabelos maltratados, roupas desalinhadas, “protuberâncias abdominais”, odores desagradáveis, dentes malcuidados, hábitos e procedimentos antiestéticos, grosseiros e até anti-higiênicos! Ou seja, um total desrespeito a si próprio e ao parceiro. Não há romance que resista a tanta falta de cuidados.
Não são as varizes, celulites, rugas e cabelos brancos que desgastam o romance; ao contrário, eles acrescentam o sentimento de perpetuação da relação. Essas marcas que o corpo adquire com o tempo, representam uma forma de registro da história de uma vida.
Todo casal tem uma missão que requer algo mais do que apenas amar bastante. O romance, para ser mantido, exige criatividade, empenho e, sobretudo, motivação para conquistar, diariamente, seu parceiro. Isso não será difícil para quem realmente ama.
Portanto, se o clima de romance diminuiu muito ou até desapareceu, o casal deve conversar a respeito para tentar uma renovação, um recomeço. Para que o amor continue bastante, é preciso que o casal continue agindo como namorados.

9 DE JUNHO


Uma das coisas mais importantes para uma criança é a segurança emocional.
Quando educada de forma equilibrada, com amor, afecto, atenção e tempo, se possível com a presença do pai e da mãe, a criança tenderá a ser uma pessoa mais equilibrada, capaz de tomar decisões ajustadas e responsáveis.
A dúvida de muitos pais e educadores é como conseguir educar de forma a que a criança desenvolva essa segurança emocional.
Educar é uma das tarefas mais difíceis e não há receitas, mas podemos dar sugestões.
Em primeiro lugar, devemos respeitar cada criança, pois cada uma é um ser único e irrepetível. Não devemos, pois, compará-la com os outros, de forma a que se sinta mal e até desenvolva comportamentos hostis.
Em segundo lugar, os pais devem procurar, ao máximo, um clima familiar de amor, com tempo para a família. (? importante saber que a relação entre pai e mãe é a relação que mais marca a personalidade da criança!)
Em terceiro lugar, há que criar oportunidades, ajustadas a cada faixa etária, que permitam à criança desenvolver actos de responsabilidade, ou seja, tarefas que consegue realizar. Isso permitirá que se torne autónoma, sendo também uma forma de ver como os outros confiam nela, o que a fará sentir-se especial.
Crianças emocionalmente seguras tendem a ser adultos mais seguros. E para bem das gerações futuras, vale a pena investir em… crianças emocionalmente seguras.

10 de Junho


Maria João sempre disse que "queria uma criança que ninguém quisesse" e nenhuma diferença a faria desistir.
Dada a sua abertura, Maria João saiu da primeira entrevista "com a certeza de que iria ter uma criança de outra etnia e com trissomia 21". A sua previsão confirmou-se: menos de um ano depois, foi contactada com a notícia de que havia um menino pronto a ser adoptado. Bruno, filho de pais guineenses, a quem havia sido retirado pelo tribunal, e portador de trissomia 21, ia fazer três anos e aguardava que alguém o fosse buscar à "Ajuda de Berço" para lhe dar um colo, muito mimo e um lar.Maria João confessa que teve algumas dúvidas. "Será que tenho capacidade para adoptar uma criança diferente?", questionava-se. Diz que o "maior disparate" que fez na vida foi pedir opinião à família. "Toda a gente estava contra". Só uma amiga, hoje madrinha de baptismo do Bruno, a apoiou sem reservas, embora a alertasse para as dificuldades. As dúvidas dissiparam-se e a 4 de Outubro de 2006, dois dias antes de Bruno fazer três anos, Maria João foi com a mãe conhecê-lo à Ajuda de Berço. "Se eu já achava que o queria, depois de o ver acabou-se". Não se deixou intimidar pelas reacções do menino, que olhava as pessoas de lado, não sabia brincar nem beijar.
. Rapidamente a criança foi acolhida pela família e Bruno aprendeu a dar beijos gostosos. Bruno é acompanhado por uma psicóloga e uma terapeuta da fala. A mãe acredita que, um dia, será independente. Não se sente uma mãe-coragem, mas admite que "de santa a louca" já lhe chamaram de tudo. Provavelmente, o que mais lhe custou ouvir foi este comentário discriminatório: "Foi para a cama com um preto e saiu-lhe aquilo". Mas o nome que deu ao blogue que criou para o filho diz tudo sobre o que Maria João acha do Bruno ”É o meu tesourinho”.
Reportagem do Jornal de Notícias de Março de 2009


11 de Junho


Associação de Portadores de Trissomia 21 do Algarve - APATRIS 21, com sede em Faro, foi criada por um grupo de pais e profissionais de educação, com o objectivo de dar resposta à ausência de informação e apoio às famílias com indivíduos portadores de Trissomia 21 no Algarve.
A Trissomia 21, também conhecida por Mongolismo e Síndrome de Down é uma doença genética que resulta da presença de um cromossoma 21 supranumerário (três cromossomas em vez de dois habituais). De acordo com a actual legislação, estas crianças podem ser abortadas e nunca chegar sequer a ver a luz do dia. No entanto, devidamente apoiadas podem levar uma vida muita próxima do normal.
Por isso, os objectivos desta Associação baseiam-se na integração global dos portadores de Trissomia 21, perspectivando a sua educação e formação profissional, tendo como finalidade última a sua realização pessoal e integração na sociedade.Esta associação que começa agora a afirmar-se no Algarve, necessita para atingir os seus objectivos, de vários apoios, como pecuniários e humanos.
Neste momento, em face do corte de vários subsídios públicos, a associação corre o risco de fechar as portas, deixando sem apoio um grupo de várias crianças e jovens.
Se partilha deste ideal, a sua contribuição financeira ou outra será bem recebida e demonstrativa de um espírito de grande generosidade e altruísmo.
Torne-se sócio da Associação de Portadores de Trissomia 21 do Algarve - APATRIS 21.

14 de Junho

Quando compramos um telemóvel topo de gama, o entusiasmo sentido na fase de enamoramento do mesmo só dura nos primeiros dias, a partir daí passa a ser aquilo que é, um telemóvel.
A felicidade foi momentânea.
A realidade psicológica do ser humano é querer cada vez mais e nunca estar satisfeito com o que tem. Há uma tendência natural para avaliar os seus bens materiais e compará-los com os outros, o que, inevitavelmente, lhe gera insatisfação.
Esta busca excessiva é, de certo modo, reflexo de baixa auto-estima, de necessidade de aprovação social, ou mais que isso de uma necessidade imperiosa de preencher o vazio emocional.Porém, estudos mostram que os indivíduos extremamente materialistas para além de serem menos felizes que os outras são também mais ansiosos. As próprias crianças que nascem praticamente com a ideia de virem a ser ricas e famosas têm maior probabilidade de virem a sofrer de depressão.Terminamos com uma frase do filósofo Schopenhauer “ O grande entrave está em “raras vezes pensarmos no que temos, mas pensarmos sempre no que nos falta”.Este texto é da autoria da Dra. Anabela Conceição, psicóloga clínica

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