quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Ligações Familiares


Para as crianças é fundamental a pertença a uma família. O primeiro grupo ao qual todos pertencemos ajuda as crianças a relacionarem-se posteriormente com outras pessoas e noutros contextos. São as ligações familiares que ajudam a criança a entender as regras e a perceber o que é bom e o que é mau… É através das ligações familiares que as crianças se sentem amadas, queridas e protegidas, sendo que estes sentimentos são essenciais para um crescimento em equilíbrio.
Para que isto aconteça, é essencial que os pais estejam muito atentos às características de cada filho, exercendo a sua parentalidade ajustada à maneira de ser de cada criança. Isto vai proporcionar que se criem laços fortes de amor, compreensão e protecção, pois se os pais estão atentos à maneira de ser da criança e tiverem isso presente, vão ser adequados com os filhos e vão estabelecer ligações fortes com eles. É importante dedicar tempo aos filhos, escutá-los, percebê-los mesmo no silêncio. Dar-lhes regras e fomentar a sua autonomia, acarinhar e corrigir…
O dia-a-dia apressado e a falta de tempo faz com que os pais, mesmo que inconscientemente, tomem algumas atitudes erradas.
Um erro é escolher o caminho mais fácil, dar comida em vez de incentivar a que coma sozinho, arrumar o quarto dos filhos porque é muito mais rápido do que esperar que arrumem. Outra atitude a evitar é dizer coisas que não são verdadeiras, como por exemplo: «se não fazes assim já não gosto de ti» ou «pára com isso senão não jantas»… Isto desautoriza muito os pais.
Cada membro da família tem o seu papel e o segredo é que cada um se mantenha nele sem querer inverter papéis. É importante que os pais não sejam desautorizados em frente às crianças, mas também é bom dar espaço aos outros membros da família para que exerçam o seu papel mais descontraído junto da pequenada. O ideal é que as crianças convivam com a família envolvente percebendo sempre que quem tem a última palavra são os pais e são eles os responsáveis pelas regras básicas, pelas rotinas e pelas principais decisões da dinâmica familiar.
Os tios e os avós são muito importantes para as crianças e as crianças são ainda mais importantes para os tios e para os avós! Cada família é única e cada criança é única. Por norma, podemos afirmar que as crianças beneficiam muito com a paciência e sabedoria dos avós, que vibram com a boa disposição da maioria dos tios. Habitualmente, aos avós, os netos fazem maravilhas, tiram-lhes uns anos das costas e fazem com que o tempo “voe”. Aos tios, as crianças ensinam muitas coisas, ajudam-nos a descontrair e a simplificar a vida.
Caso os pais necessitem que os filhos fiquem aos cuidados de outros, devem dar-lhes as directrizes e esclarecer como costumam ser as suas rotinas: as horas de dormir, o que pode ou não fazer, o que pode comer, etc. pois o que “o que é bom para a Maria pode não ser bom para o Manuel” e isso cabe aos pais decidir e passar a informação. A quem fica a tomar conta da criança, é preciso dizer que deve seguir as indicações dos pais mas sem perder a sua individualidade e a sua espontaneidade. A vida dá-nos espaço de manobra e se existir bom senso, as crianças e os adultos entendem-se bem.


Alexandra Chumbo - alexandrachumbo@hotmail.com

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