sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Dinheiro aliado à felicidade



A escassez de dinheiro é considerada pela maioria dos indivíduos como a grande responsável pela ausência de felicidade em suas vidas. Partindo deste pressuposto, várias investigações têm sido efectuadas no sentido de perceber a consistência de tal suposição.
Curiosamente, apesar de haver a ideia pré concebida que a felicidade pode ser comprada, em que os indivíduos buscam incessantemente por dinheiro e bens materiais, conclui-se que afinal o dinheiro não oferece garantias claras de felicidade. Mas se colocarem as atitudes, as experiencias e as relações pessoais, juntas resultarão em verdadeira felicidade.
Evidentemente que o dinheiro representa algum suporte para a felicidade e mesmo que não acrescente muito aos indivíduos que já têm muito, faz diferença para os que não têm. Se houver dinheiro suficiente não haverá preocupações com a aquisição dos bens essenciais. Se houver fome, mesmo que haja força nas relações humanas certamente que ninguém está feliz, portanto para haver felicidade tem que ser adquirida uma qualidade mínima de vida.
Porém, ter muito dinheiro por si só não é o único caminho da felicidade, pense-se nos vencedores da lotaria, pouco ou mais felizes são que os outros. Isto porque no inicio ficam eufóricos mas aos poucos vão-se acostumando aos novos prazeres que o dinheiro pode comprar e passado algum tempo o nível de felicidade volta ao do ponto inicial. Ou ainda um exemplo acessível a todos, aquando da aquisição de um telemóvel top gama, o entusiasmo sentido na fase de enamoramento do mesmo só dura nos primeiros dias, a partir daí passa a ser aquilo que é, um telemóvel. A felicidade foi momentânea.
A realidade psicológica do ser humano é querer cada vez mais e nunca estar satisfeito com o que tem. Há uma tendência natural para avaliar os seus bens materiais e compará-los com os outros, o que, inevitavelmente, lhe gera insatisfação.
Esta busca excessiva é, de certo modo, reflexo de baixa auto-estima, de necessidade de aprovação social, ou mais que isso de uma necessidade imperiosa de preencher o vazio emocional.
Porém, os estudos ainda mostram que os indivíduos extremamente materialistas para além de serem menos felizes que os outras também são mais ansiosos. As próprias crianças que nascem praticamente com a ideia de virem a ser ricas e famosas têm maior probabilidade de virem a sofrer de depressão.
Terminamos com a ideia de que “ a felicidade é muito mais produto da riqueza psicológica do que da riqueza material” e acima de tudo está ao alcance de todos, basta querer. O grande entrave está em “raras vezes pensarmos no que temos, mas pensarmos sempre no que nos
falta”( Schopenhauer).
Psicóloga Clínica
anabela_conceicao@sapo.pt

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