quarta-feira, 17 de junho de 2009

Aborto não é solução



(...)
Pensar que alguém a interrompe, e passa pelo trauma de um aborto, por uma situação de carência económica, interpela-nos a todos como sociedade.

Os tempos não estão fáceis, é verdade, sobretudo para alguns, mas se fossemos todos capazes de ser mais solidários e contribuir para uma distribuição da riqueza mais justa, estas gravidezes poderiam não ter sido terminadas?

E um Estado que se tem empenhado em lutar contra a baixa da taxa de natalidade, que nos afectará gravemente a todos, não teria todo o interesse em apoiar estes casais, de forma a que não tivessem que recorrer a uma medida tão extrema?
Mas há mais questões.

Correia de Campos, ex-ministro da Saúde, revelou ao Expresso por altura do Referendo que o Estado gastaria entre 7 e 11 milhões de euros por ano a pagar os abortos praticados ao abrigo da nova lei. Isto para uma estimativa de 23 mil abortos, sem contar com o aumento de 24% de que agora se fala.
Ora, esses custos são pagos pelos contribuintes, que talvez preferissem que fossem entregues a quem faz uma IVG por razões económicas, ou que, pelo menos, servissem para pagar mais apoio psicológico antes da tomada da decisão.
Se o problema destas grávidas é estarem desempregadas e deprimidas, ao ponto de se esquecerem de usar um método contraceptivo (assim como os seus companheiros!), não será certamente um aborto que contribuirá para as tirar do poço.
É preciso tentar perceber o que falhou nestes casos, para poder ajudar mulheres em situações idênticas. Porque me parece óbvio que prevenir uma gravidez indesejada é a única maneira séria de lidar com a crise.

Um aborto não é de certeza a solução..


Isabel Stilwell

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