sábado, 19 de abril de 2008

"Friends"


"Friends"…

Já vi em família uns tantos episódios da série norte-americana “Friends” e há muitos aspectos positivos que emergem no meio do humor e dos textos que se seguem com agrado.

As amigas Rachel, Mónica e Phoebe e os seus pares proporcionam momentos bem dispostos.

Com um conteúdo jovem e com a boa aparência das suas personagens esta série cativou o público, apresentando histórias simples e que, no entanto, reflectem os relacionamentos humanos, incluindo a amizade, as frustrações, e tantas outras cores dos afectos.

Contudo um olhar atento e crítico revela também, de permeio, uma certa mentalidade facilitista que, podendo ser atractiva, acaba por ser também potencialmente perniciosa se não houver uma leitura aprofundada. Veja-se por exemplo a velocidade com que os personagens iniciam, acabam e reiniciam relacionamentos sentimentais e se envolvem sexualmente de forma bastante superficial… sem pensar bem nas consequências e aparentando estar tudo “numa boa”, como se não houvesse danos psicológicos e outros…

Esta é aliás uma mensagem muito habitual nos filmes… Só que na vida real as situações são mais complicadas e a leveza com que são tratadas nesta série não se compadece com os dramas reais que muitos enfrentam quando entram por atalhos e afinal se metem em trabalhos…

Num episódio que vi recentemente, Rachel, primeiro preocupada por eventualmente estar grávida, fica afinal destroçada quando Phoebe lhe diz que não, que não está. Rachel já se lamentava, ao pé das suas amigas Phoebe e Mónica, quando Phoebe lhe diz que estava só a testá-la, que ela estava grávida sim… E as amigas olham para Rachel em suspense e perguntam-lhe se ela vai avante… E Rachel, feliz, diz que sim… E as amigas abraçam-na e fica tudo feliz… Uff! Fiquei aliviado, este bebé já se safou! Só de pensar que eles são tão frágeis e indefesos e têm que estar dependentes de alguém dizer sim ou não…

Estão a perceber o ponto? A mentalidade que está por detrás é a do facilitismo. Não é preciso sermos responsáveis na área dos afectos ou na nossa sexualidade… As amigas simplesmente queriam saber se ela abortaria ou não! Para elas abortar era uma opção tão válida, como qualquer outra. Não se fala sobre as consequências do aborto, que não só ceifa a vida de quem ainda não nasceu, como causa danos à mulher, feridas no corpo e na alma…

Na vida real as coisas não são assim cor-de-rosa, e aparecem notícias chocantes, como ainda recentemente, de uma jovem a abortar para dentro de uma sanita, aparecem mulheres mutiladas no corpo e na alma… foram enganadas, ou deixaram-se enganar…

Esta terrível acomodação à mentalidade abortista, que considera o embrião como coisa, aparece, infelizmente, muitas vezes em filmes e, não inocentemente, é associada a pessoas alegadamente muito modernas… mas que no entanto devem estar muito mal informadas sobre a natureza do desenvolvimento do embrião no ventre materno…

Por isso… vou continuar a ver esta série… mas vou também continuar a conversar com os meus filhos e a desafiá-los a não irem na onda… a pensarem e a serem responsáveis… a não alinharem na propaganda do relativismo moral… e espero que eles venham a ser bem sucedidos na sua vida afectiva…

Luís Lopes


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