domingo, 10 de fevereiro de 2008

Apontamentos sobre o encontro de balanço de um ano depois do referendo

Dia 9 de Fevereiro, a Direcção da Federação Portuguesa pela Vida e os representantes de várias associações do País encontraram-se com o público presente e a Comunicação Social, para fazer o balanço deste último ano que passou desde o referendo. Dada a limitação de tempo, escolheram-se apenas algumas associações, de zonas geográficas variadas, para dar uma imagem sintética do trabalho realizado. O Algarve pela Vida foi uma das entidades apresentadas.

O Pedro Vassalo dirigiu a sessão e apresentou os sucessivos oradores. Primeiro,
interveio a Isilda Pegado, Presidente da Federação, dando algumas informações e sobretudo desenvolvendo a tese de que a legislação actual é contrária aos Direitos Humanos fundamentais. Mostrou como a liberalização do aborto gera novas formas de violência.

O Bruno Almeida, de Braga, fez uma exposição muito interessante do que o InFamilia tem feito no Minho. Campanhas de rua, «sites», blogues, boletins, recolhas de assinaturas, cursos de formação, conferências, promoção de apoios a mães e a famílias...

A representação do Algarve Pela Vida falou a seguir. Em resumo:

Referiu-se a orientação de apoiar as estruturas já existentes, em particular o SOS Vida. Assim como outras instituições, por exemplo colaborando na angariação de fundos do PAV. Neste momento, um dos projectos em curso (que também já vem de trás) é o Lar da Mãe. Está a decorrer a campanha de recolha de fundos para esta iniciativa, sob a coordenação dos responsáveis da Cáritas. Entre outras acções de promoção da vida, mencionou-se a aplicação do dinheiro que sobrou da campanha para fazer uma divulgação massiva do SOS Vida nos centros educativos do distrito, através de impressos e calendários escolares.

Não podia faltar a referência a este blogue, que tem sido um instrumento formidável de boa campanha pela vida. (Acrescento aqui uma homenagem à generosidade de quem tem escrito mais regularmente e consegue manter vivo este fórum!). Embora fundado em Março de 2007, o blogue já regista cerca de uma centena de visitas diárias e por vezes ultrapassa esse número.

Infelizmente, foi preciso mencionar também alguns atropelos a direitos básicos dos profissionais por parte das autoridades de saúde do distrito, a ponto de ter sido necessário prestar apoio jurídico aos objectores de consciência, tarefa de que se encarregaram alguns advogados da equipa do Algarve pela Vida. Ainda bem que esse apoio jurídico foi eficaz.

Enunciaram-se também outras actividades no Algarve, como conferências sobre educação para a família. Por exemplo, anunciou-se a próxima, no dia 1 de Março, sobre «Os Horizontes da Sexualidade», na Biblioteca de Faro.

A seguir, o Pedro Giões falou das actividades levadas a cabo no Alentejo.
Têm feito muito e querem conjugar esforços entre si e manter os contactos nacionais, que considerou como um grande apoio para o trabalho no terreno.

A Joana Tinoco Faria do Ponto de Apoio à Vida descreveu, com bastantes dados quantitativos, a acção do PAV. Muito interessante, o trabalho que têm feito. Já atenderam mais de 1000 mães grávidas. As estatísticas que apresentou constituem um exemplo maravilhoso para todos.

No final da intervenção, referindo-se ao trabalho do PAV e de tantas outras associações ali presentes (a maior parte das quais não teria oportunidade de falar, por falta de tempo) o Pedro Vassalo comentou que estava ali quem de facto conhece melhor os casos extremos e faz por os resolver.

O Luís Rosário abordou temas relacionados com o exercício da Medicina e o direito à vida. Falou do código deontológico, mas não fez um discurso para médicos, pelo contrário, tratou de assuntos bem dirigidos a todos nós.

O Manuel Gonçalves apresentou um estudo estatístico sobre o aborto. Como sabemos, em todos os países, a liberalização do aborto faz o aborto aumentar de ano para ano: a taxa média anual de crescimento do número de abortos anda pelos 5~6% ao ano, ultrapassando os 10% nalguns países, como a Espanha. Em Portugal ainda é cedo para perceber qual é a taxa média de aumento do número de abortos por ano, mas os dados disponíveis confirmam que o aborto disparou em Portugal. Talvez se acabe o ano com cerca de 10.000 abortos no nosso País.

Como ponto positivo, registou o aumento importante (65% mais) de mães grávidas que foram acolhidas no conjunto das associações e entidades que apoiam a vida, em todo o País.

O António Pinheiro Torres fez a última intervenção. Incisiva, entusiástica. Com grandes aplausos. Lembrou a todos a grandeza da tarefa em que estamos metidos, destinada a marcar a História. Não nos transmitiu amargura, pelos dramas tristíssimos relacionados com o aborto. Deixou-nos mais responsáveis, mais comprometidos na construção de uma civilização mais feliz, em que cada pessoa seja mais acolhida e mais estimada.

No momento em que a sessão terminava, recebi o primeiro telefone dos que tinham ficado no Algarve, a pedir notícias: respondi que a Comunicação Social não estava, mas tenho que me corrigir. No meio do público que enchia o auditório, ainda não os tinha visto, mas despois apercebi-me: lá estavam as equipas da SIC, da TVI, da RTP, da rádio, etc.

1 comentário:

Bruno Almeida disse...

Muito bem! Belo resumo!
Um abraço,