segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Filhos, fujam!


O acto da procriação é muito interessante do ponto de vista biológico, mas, em termos práticos pode ser, e às vezes é, muito problemático.
Ter filhos implica ter que fazer mais despesa, renunciar a uma melhor qualidade de vida dos pais em favor dos filhos, ter menos tempo disponível para o lazer, ter mais preocupações, ou mais cabelos brancos, como se diz na gíria e implica até, quase sempre, maiores conflitos entre o casal motivados por situações de stress relacionadas com os filhos.
Conclusão. Perante este panorama horrífico 3 hipóteses se levantam: Ou se decide não ter filhos; ou se decide ter filhos e depois abandoná-los ou, por fim, tem-se filhos por acidente, porque não se utilizaram métodos contraceptivos e então compra-se a “pílula do dia seguinte” ou faz-se um aborto “por livre opção da mulher”.
Quando se aborda a questão dos filhos há 2 factores que se deveriam ter em consideração, o da solidariedade entre gerações e o da responsabilidade pessoal. Solidariedade porque, de alguma forma, os nossos pais já sofreram aquilo que, agora, poderemos ter que sofrer com os nossos filhos, assim como os nossos avós já o tinham feito com os nossos pais. O problema é que hoje somos mais egoístas e não aceitamos ter que fazer sacrifícios tão facilmente como os nossos pais e avós. Hoje, queremos viver a vida mais e melhor e os filhos são vistos, muitas vezes, como um empecilho a esse desiderato.
Por outro lado, a responsabilidade pessoal passa por alguém que não quer usar um método de planeamento familiar eficaz pense racionalmente que, entre engravidar a parceira e obrigá-la a ter que fazer um aborto e usar um método contraceptivo, por mais que isso custe ao seu ego, deverá optar por esta segunda hipótese. Não é justo que o nascituro venha a pagar com a vida e seja condenado à morte ainda antes de ter sequer nascido por causa da irresponsabilidade anterior de terceiras pessoas que, por mero acaso, até são seus pais.
A hipótese de ter filhos e abandoná-los, recusando-se não só ao pagamento de uma pensão de alimentos, mas inclusive renunciando voluntariamente ao direito de visita é algo de aberrante e de contra-natura, porque até no mundo animal irracional tal raramente acontece. Infelizmente, estas situações são o pão nosso de cada dia e demonstram uma total falta de responsabilidade e desorientação que, por isso, deveriam ser objecto de forte penalização judicial.
Esquecem-se essas pessoas que um dia “vira-se o bico ao prego” e quando os pais forem mais idosos e necessitados será, então, a vez, desses filhos os abandonarem, internando-os num lar de idosos ao qual pouco ou nunca os irão visitar.
Sustentar e educar os filhos é tarefa árdua e, quase sempre, muito desgastante.
Mas receber um abraço e sentir o amor de um filho não fará esquecer tudo isso?

1 comentário:

Anónimo disse...

Ter filhos é realmente muito incómodo. Desde a primeira hora que nos tiram noites de sono. São dispendiosos porque temos que os alimentar, vestir (é pior nos primeiros anos - fraldas, suplementos de leite, etc), educar.
Os filhos 'tiram-nos' imenso tempo. Temos que lhes dar banho, que falar com eles, levá-los à creche, e mais tarde à escola e às festas de aniversário dos colegas.
São 'realmente' uma prisão. Nas férias já não podemos ir para destinos de sonho quando eles são pequenos, porque a viagem de avião é muito longa e a estadia fica mais cara.

Foi realmente uma opção pelo comodismo, que foi feita em 2007 em Portugal. Uma sociedade comodista é egoísta.

Tenho pena que, as mulheres (e/ou homens) que optem pelo comodismo e que por esse facto não se tornem mães ou pais, tendo tido a possibilidade de optar pela continuação da vida de um filho no seio materno, possam nunca sentir a emoção de um beijo, um sorriso, ou uma carícia de uma criança que nos ama e nos olha com uma ternura tão grande e que se sabe protegida pelas figuras materna e paterna.

Obrigado MRC, por partilhares com todos o teu pensamento.
António Granja.